Resumo

Tomando-se o cotidiano como alavanca metodológica do conhecimento, analisam-se as tensões resultantes do embate entre diferentes tipos de reflexividade. Nomeadamente, quando a reflexividade impositiva (orientada pelo passado) se confronta com a reflexividade transformadora (orientada para o futuro) geram-se situações dilemáticas que fazem com que o cotidiano se assuma cada vez mais como um terreno de negociações, resistências, inovações e, consequentemente, de dilemas. Dilemas banais do cotidiano são analisados como o uso da gravata, os comportamentos sexuais ou as condutas nas filas de trânsito. As conclusões sugerem que a modernidade não deve ser apenas entendida como um empolamento de opções; que a subjectivação não se opõe à socialização; e que a individualização pode gerar uma falsa consciência de libertação. Palavras-chave : Cotidiano; Identidade; Reflexividade; Modernidade; Socialização.