Resumo

Introdução: A creatina é um composto sintetizado naturalmente pelo corpo humano. Sua síntese se inicia nos rins e termina no fígado. A creatina é encontrada em maior parte no músculo esquelético, na forma de creatina fosfato, que atua como uma via energética nas atividades intensas de curta duração. Seu consumo não é considerado doping pelo Comitê Olímpico Internacional. Objetivo: Este estudo tem o intuito de investigar benefícios do consumo de creatina nos atletas de modalidades esportivas coletivas com suas diferentes especialidades e características de posição dentro do esporte. Método: foi realizada uma busca nas bases de dados nacionais e internacionais: (SciElo, Google Acadêmico e PubMed), a fim de reunir artigos que através de testes identificassem efeitos da suplementação de creatina em atletas de esportes coletivos. Resultados: A suplementação com creatina apresentou melhora nos testes de força, tiros de velocidade, potência e em saltos verticais. Alguns autores encontraram em seus ensaios um aumento de peso nos indivíduos, o que ocasionou numa diminuição de tempo nos testes de tiros de velocidade. Estes resultados foram encontrados usando a suplementação de creatina apenas, ou em associação com outras substâncias como carboidratos ou cafeína. A creatina também demonstrou ter uma ação antioxidante parcial nos atletas submetidos a testes de força. Discussão: Os resultados encontrados nos testes avaliando o desempenho de força e tiros de velocidade são justificados pelo fato de a creatina, na forma fosforilada, ser uma substância que atua em atividades de alta intensidade e curta duração. Mesmo com ganho de peso, o tempo na execução dos testes de velocidade diminuiu sem afetar o desempenho dos atletas. Conclusão: O efeito ergogênico da creatina nos exercícios de força, mostraram-se eficazes no desempenho esportivo de atletas de esportes coletivos. Essa ação pode ser mais evidente dependendo da função tática que o atleta exerce.

Referências

AOKI, M. S. Suplementação de Creatina e Treinamento de Força: Efeito do Tempo de Recuperação Entre as Séries. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília v. 12 n. 4 p. 39-44, Dezembro 2004.

BACURAU, R. F. Nutrição e Suplementação Esportiva, 5° edição, São Paulo, editora Phorte, 2007.

CHILIBECK, P. D.; MAGNUS, C.; ANDERSON, M. Effect of In-Season Creatine Supplementation on Body Composition and Performance in Rugby Union Football Players. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, v. 32, n. 6, p. 1052-1057, 2007.

CLAUDINO, J. G. et al. Creatine Monohydrate Supplementation on Lower-Limb Muscle Power in Brazilian Elite Soccer Players. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 11, n. 32. Junho, 2014.

CONFORTIN, F. G.; SÁ, C. A.; WILDNER, P. P. Avaliação da Creatina Associada à Dextrose Como Suplemento Nutricional Ergogênico Sobre a Performance de Atletas de Futebol. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 10, n. 56, p. 136-144, Março/Abril, 2016.

COQUEIRO, A. Y. et al; Creatina Como Antioxidante em Estados Metabólicos Envolvendo Estresse Oxidativo. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.11, n. 64, p. 128-137. Janeiro/Fevereiro, 2017.

DEMINICE, R. et al. Effects of Creatine Supplementation on Oxidative Stress and Inflammatory Markers After Repeated-Sprint Exercise in Humans. Nutrition, Burbank, v. 29, n. 9, p, 1127-1132, Setembro. 2013.

FRANCO, G. L.; MARIANO, A. C. Suplementação de Creatina e o Efeito Ergolítico da Cafeína. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 3, n. 13, p. 3, 2009.

GUALANO, B. et al. A Suplementação de Creatina Prejudica a Função Renal? Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 68-73, Janeiro/Fevereiro, 2008.

HALLIWELL, B. Oxidative Stress and Neurodegeneration: Where Are We Now? Journal of Neurochemistry, v. 97, n. 6, p. 1634–1658, 2006. KNAPIK, J. J. et al. Prevalence of Dietary Supplement Use by Athletes: Systematic Review and Meta-Analysis. Sports Medicine, Auckland, v. 46, n. 1, p.103-123, Janeiro, 2016.

KUEHL, K.; GOLDBERG, L.; ELLIOT, D. Renal insufficiency after creatine supplementation in a college football athlete. Medicine and Science in Sports and Exercise, Indianapolis, n. 30, p. 103-106, 1998.

LAMONTAGNE-LACASSE, M.; NADON, R.; GOULET, E. D. B. Effect of Creatine Supplementation on Jumping Performance in Elite Volleyball Players. International Journal of Sports Physiology and Performance, Champaign, v. 6, n.4, p. 525-533, Dezembro, 2011.

LARSON-MEYER, D. et al. The Effect of Creatine Supplementation on Muscle Strength and Body Composition During Off-Season Training in Female Soccer Players. Journal of Strength & Conditioning Research, Colorado Springs, v.14, n.4, Novembro, 2000.

LOON, L. J. C. V. et al. Effects of Creatine Loading and Prolonged Creatine Supplementation on Body Composition, Fuel Selection, Sprint and Endurance Performance in Humans. Clinical Science, Londres, v.104, n. 2, p. 153–162, Fevereiro, 2003.

MANSON, M. A. et al. Use of Nutritional Supplements by High School Football and Volleyball Players. The Iowa Orthopaedic Journal, Iowa City, n. 21, p. 43-48, 2001. NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

PANTA, R.; FILHO, J. N. S. Efeitos da Suplementação de Creatina na Força Muscular de Praticantes de Musculação: Uma Revisão Sistemática. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 9, n. 54, p. 518-524, Novembro/Dezembro, 2015.

PERALTA, J; AMANCIO, O. M. S. A creatina como suplemento ergogênico para atletas. Revista de Nutrição. Campinas, v. 15, n. 1, p. 83-93, Janeiro/Abril, 2002.

PERCARIO, S. et al. Effects of Creatine Supplementation on Oxidative Stress Profile of Athletes. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 9, n. 56, Dezembro, 2012.

PRADO, R. G. et al. Suplementação de Creatina Potencializa o Desempenho de Tiros de velocidade Consecutivos em Jogadores de Basquetebol. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 15, n. 1, p. 23-28, 2007.

RANCHORDAS, M. K.; DAWSON, J. T.; RUSSELL, M. Practical Nutritional Recovery Strategies for Elite Soccer Players When Limited Time Separates Repeated Matches. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n. 35, Setembro, 2017.

REZENDE, A. R. A. Suplementação de Creatina no Treinamento de Musculação e Influência no Aumento da Massa Muscular. Vida & Saúde, Juiz de Fora, v. 1, n. 2, 2003.

SOUZA JUNIOR, T. P.; PEREIRA, B. Creatina: Auxílio Ergogênico Com Potencial Antioxidante? Revista de Nutrição. Campinas, v. 21, n. 3, p. 349-353, Maio/Junho, 2008.

TARNOPOLSKI, M. A. Caffeine and Creatine Use in Sport. Annals of Nutrition and Metabolism, Ottawa, v. 57, n, 2, p. 1–8, 2010. TERENZI, G. A Creatina Como Recurso Ergogênico em Exercícios de Alta Intensidade e Curta Duração: Uma Revisão Sistemática. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 7. n. 38. p. 91-98, Março/Abril, 2013.

TREXLER, E. T. et al. Effects of Coffee and Caffeine Anhydrous Intake During Creatine Loading. Journal of Strength and Conditioning Research, v.30, n. 5, p. 1438-1446, Maio, 2017.

WADDINGTON, I. et al. Drug Use in English Professional Football. British Journal of Sports Medicine, Londres, v. 39, n. 4, Abr. 2005.

YÁÑEZ-SILVA, A. et al. Effect of Low Dose, Short-Term Creatine Supplementation on Muscle Power Output in Elite Youth Soccer Players. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n. 5, Fevereiro, 2017.

ZANELLI, J. C. S. et al. Creatina e Treinamento Resistido: Efeito na Hidratação e Massa Corporal Magra. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 21, n. 1, p. 27-31, Janeiro/Fevereiro, 2015.

Acessar