Crescimento e Conhecimento Corporal: a Busca da Correlação em Crianças da Educação Infantil.
Por Luciane Manzatto (Autor).
Integra
Introdução: Este estudo sobre o nível de conhecimento corporal e relacionado com o desenvolvimento infantil, é fruto da curiosidade, de estabelecer correlações entre o crescimento e o conhecimento corporal por meio da realização de atividades motoras no ambiente escolar. Assim, o principal objetivo, foi o de avaliar o crescimento, o conhecimento corporal, bem como o de identificar possíveis correlações entre estas variáveis.
Objetivos: O objetivo desta pesquisa foi o de analisar, de forma descritiva e transversal, de um grupo de crianças que frequentam o PRODECAD/UNICAMP, avaliando o nível de crescimento e o conhecimento corporal e suas possíveis correlações.
Metodologia: Foram avaliadas 45 crianças de ambos os sexos. Os instrumentos utilizados foram respectivamente a avaliação antropométrica (peso e altura), e o Teste do Desenho da Figura Humana (TFH), padronizado por KOPPITZ (1974). Procedeu-se a avaliação comparativa entre as duas variáveis, sendo feita posteriormente a correlação entre os dados de crescimento e conhecimento corporal. Resultados e Discussões: No primeiro momento, foram feitas as análises dos dados de crescimento (IMC), pela curva National Center for Health Statistics (NCHS), dividindo as crianças em 1 - crianças abaixo do peso; 2 - crianças eutróficas; 3 - crianças com obrepeso; 4 - crianças obesas; para esses, não obtivemos nenhuma conclusão significativa, visto que, os estudos transversais, avaliam as crianças num dado momento do crescimento, não fazendo futuras observações. Portanto estes resultados não podem ser extrapolados para a população. Com relação ao TFH, observamos que as crianças do grupo 1 (crianças abaixo do peso), foi o grupo que obteve mais crianças com notas superiores à 15 pontos, 10 de um total de 20 crianças. Para terminar, ao correlacionarmos o crescimento e o conhecimento corporal, chegamos a conclusão, que não há diferenças entre os grupos e como resultado final, e que a correlação (r = 0,05) não é significativa.
Considerações Finais: Diante dos resultados obtidos destacamos, inicialmente, o número de crianças avaliadas, o qual mostrou-se adequado à princípio, mas que ao final foi insuficiente para as devidas correlações. Outro dado refere-se ao estudo transversal, o ideal seria transpor este, para um estudo longitudinal, analisando com maior freqüência, a curva de crescimento e o nível de conhecimento corporal das crianças. Não pode ser ignorado que a literatura adotada nesta pesquisa discute que a evolução da criança, tanto biológica como psicologicamente, todas estas estando na dependência direta do meio ambiente. Portanto, é imprescindível que os estímulos externos, como nutrição, sejam consideradas, pois indivíduo e meio perfazem um todo inseparável. Acentuamos que esta pesquisa consistiu numa iniciativa que colaborou para a elaboração de um protocolo para ser explorado em futuras investigações. Como última análise, observamos neste estudo uma maior tendência das crianças abaixo do peso e eutróficas, apresentarem maiores pontuações no TFH, o que pode ser explicado pela maior mobilidade, maiores possibilidades de vivências corporais, vale salientar ainda que pelo estudo, observamos muitas crianças fora do padrão ideal de crescimento segundo a OMS. É preciso, prosseguir com as investigações que busquem delimitar a correlação entre o crescimento e o conhecimento corporal, reforçando a importância da noção corporal, que ocorre na primeira infância, para a formação integral da criança.