Resumo
Na literatura específica voltada para o treinamento pliométrico (TP), bem como na sua prática, verifica-se a utilização de distintos materiais como alternativa para dinamizar os exercícios. Esse fato pode influenciar os demais componentes da carga de treinamento. Destaca-se dentre os materiais utilizados as barreiras, similares àquelas utilizadas no atletismo. No entanto, existe uma nítida escassez quanto a uma melhor caracterização do uso desse implemento em situações de treinamento e de avaliação. Os objetivos do presente estudo foram: criar um protocolo que possa determinar a altura individual máxima de transposição de barreira para o TP; verificar a confiabilidade e as evidências da validade de construto; verificar a individualização de barreiras pela maior altura do ressalto vertical e pelo maior índice de força reativa. Para tanto, o estudo foi desenvolvido em duas etapas, a saber: etapa I e II. A etapa I correspondeu ao estudo piloto que contou com 08 estudantes universitários fisicamente ativos. Posteriormente, foi desenvolvida a etapa II, que constou de dois grupos distintos: Grupo 1 (G1) composto por 20 atletas, sendo 10 de basquetebol e 10 de Taekwondo e grupo 2 (G2) composto por 15 estudantes universitários fisicamente ativos. Todos os indivíduos foram submetidos a quatro dias de coleta, sendo dois dias utilizados para familiarização e dois para teste e reteste. Esse desenho experimental foi utilizado nas duas etapas. As variáveis analisadas foram: altura máxima de barreira; altura máxima do ressalto vertical; Índice de Força Reativa (IFR); pico de força; média da taxa de produção de força; impulso e pré-ativação dos músculos vasto medial e vasto lateral. Foi utilizado o teste t de medidas repetidas para verificação da familiarização dos sujeitos com o protocolo proposto nas duas etapas de estudo. Foi utilizado o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) para verificação da confiabilidade relativa e o Erro Padrão de Medida (EPM) para verificação da confiabilidade absoluta das medidas, também nas duas etapas. Como forma de utilizar o método da diferença de grupos conhecidos na verificação de evidências de validade de construto, foi utilizado na etapa II o teste t de medidas independentes. Quando a variável não apresentou os pressupostos de normalidade (Shapiro Wilk) e homocedasticidade (Levene´s test), foi utilizado o método de transformação logarítimica. Quando comparado os dois grupos, a análise, por meio do teste t de medidas independentes, apresentou resultado com significado estatístico (p 0,05) para todas as variáveis de estudo, com vantagem para o G2. A ampla maioria das variáveis apresentou alta confiabilidade (0,80 CCI < 0,99) tanto na etapa I como também na etapa II. Na etapa II constatou-se, nitidamente, que os atletas atingiram maiores índices de confiabilidade. Foi possível concluir que o teste aplicado apresenta valores adequados de confiabilidade em grupos distintos e que as evidências de validade são explícitas, considerando o método da diferença de grupos conhecidos para validade de construto. Também foi constatado que a individualização das alturas das barreiras pode ser estabelecida conforme cada sujeito e por parâmetros distintos