Resumo

Em outubro de 2015, a Avenida Paulista passou a ser aberta para as pessoas e fechada para o tráfego durante os domingos. Essa medida despertou debates entre as demandas contra e a favor, bem como um embate entre a Prefeitura e o Ministério Público. São Paulo é a cidade mais populosa do Brasil, das Américas e do Hemisfério Sul, e por isso seu espaço urbano e sua mais icônica avenida são tidos como espelho da metrópole. Com este artigo, buscamos compreender como está se dando a ressignificação da Avenida Paulista em face das transformações que lá aconteceram. Com vistas no embate político, escolhemos a Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe como abordagem norteadora de nossa análise do processo político. Esperamos com ela desvelar os significados trazidos nos discursos defendidos pelos diferentes sujeitos envolvidos nesse antagonismo. Nosso corpus, constituído para responder como o processo de ressignificação da Avenida Paulista se deu, é composto de dados secundários extraídos de diferentes posicionamentos – notícias, notas, manifestos, blogs – dos sujeitos envolvidos no embate. A partir das análises, identificamos que, embora as disputas emerjam entre o Governo Local e o Ministério Público, as práticas articulatórias da sociedade civil foram primordiais para a ressignificação da Paulista. Além disso, identificou-se que ambas as posições de sujeitos, a favor e contra, tentam significar a Avenida Paulista sob o argumento de seu uso democrático. Como conclusão, apontamos que as disputas pela ressignificação da Paulista representam uma nova forma de pensar democraticamente a cidade, tornando possível utilizá-la para diferentes fins (como lazer, atividade física, entre outros), mantendo uma convivência pacífica.

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