Cuidado Multidisciplinar de Atletas Olímpicas Brasileiras: Um Estudo Observacional
Por Tathiana Rebizzi Parmigiano Moreno (Autor), Maíta Poli de Araujo (Autor), Paula Cardoso Benayon (Autor), Rosângela Passarela Faroni (Autor), Claudia Galindo Novoa Barsottini (Autor), Marair Gracio Ferreira Sartori (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 28, n 4, 2022.
Resumo
RESUMO
Introdução:
A participação feminina no esporte atingiu um marco em 1972, quando uma emenda foi implementada para garantir oportunidades iguais para homens e mulheres. Desde então, a porcentagem de participantes competitivas cresceu. Em 1992, foi feita uma associação entre três distúrbios relacionados a mulheres atletas denominadas “Tríade da Mulher Atleta”. Depois disso, muito tem sido estudado sobre essa e outras particularidades das atletas.
Objetivo:
Identificar os profissionais que acompanham atletas Olímpicas brasileiras e associar a abordagem multidisciplinar e o conhecimento das atletas sobre questões ginecológicas relacionadas à prática esportiva, ou seja, tríade da mulher atleta, incontinência urinária e controle de peso.
Métodos:
Este estudo observacional foi realizado no Rio de Janeiro, Brasil, em 2016, durante os Jogos Olímpicos. Incluiu 120 mulheres das seleções brasileiras. Um questionário autoaplicável, validado e adaptado utilizado para avaliação pré-participação ginecológica, foi utilizado para avaliar seus acompanhamentos multidisciplinares, preocupações com o controle de peso e conhecimento sobre a Tríade de Atleta Feminina e incontinência urinária.
Resultados:
Os atletas praticaram 28 esportes diferentes. Para 66%, era a primeira participação em uma Olimpíada, 56% desconheciam a tríade da mulher atleta, 77% referiram preocupação com o peso e 52% estavam fazendo dieta. O uso de diuréticos ou laxantes ou êmese foi relatado por 11%; 67,5% sabiam que o esporte é um fator de risco para incontinência urinária e 40% já haviam experimentado perda de urina. A diminuição do desempenho esportivo foi mencionada por 31%. Muitas atletas apresentaram acompanhamento multidisciplinar psicológico (83%), nutricional (96%) e ginecológico (83%).
Conclusão:
As atletas olímpicas brasileiras buscaram acompanhamento multidisciplinar durante o ciclo olímpico; no entanto, o conhecimento dos participantes sobre questões relacionadas ao esporte permanece limitado. Um programa de orientação sobre informações específicas sobre as condições acima é necessário para as atletas e profissionais que trabalham com essas para melhorar a saúde e desempenho. Nível de Evidência IV; Estudo observacional transversal