Cultura de Gênero das Modalidades de Ginástica de Academia do Brasil
Por Amanda Alves da Silva Silva (Autor), Nilton Soares Formiga (Autor), Alex Carneiro Brandão (Autor), Fernando Luis Cardoso (Autor), Gislane Ferreira de Melo (Autor).
Em Revista Brasileira de Psicologia do Esporte v. 8, n 1, 2018. Da página 1 a 9
Resumo
Toda sociedade humana define arbitrariamente valores de masculinidade, feminilidade ou neutralidade para o comportamento e funções sociais, dentre eles as práticas corporais. Este estudo objetivou-se investigar a cultura de gênero das modalidades de academia de Ginástica. Para tanto foram avaliados 201 estudantes dos cursos de Bacharelado e Licenciatura do curso de Educação Física de uma Universidade Particular do Distrito Federal (Brasília). Destes 64,2% eram do sexo masculino com média de idade de 23,78 ± 5,39. Para análise das modalidades foi construído um instrumento avaliado pela escala de Likert de cinco pontos que variou de muito masculino até muito feminino. Os resultados permitiram verificar a presença de vinte e duas modalidades neutras, cinco masculinas e treze femininas. As modalidades tidas como masculinas correspondem a modalidades com características de luta, combate, agressividade, culturalmente atribuídos a masculinidade. As modalidades avaliadas culturalmente femininas encontram-se relacionadas a coordenação, agilidade, suavidade, flexibilidade e sensualidade confirmando que há também a presença de uma percepção de gênero nas modalidades de academia. Conclui-se que as modalidades de academia são consideradas como neutras em relação ao gênero culturalmente atribuído e que só são avaliadas como – masculina ou feminina – aquelas que ainda possuem fortes traços desses perfis.