Cultura do Queimado e do Futebol nas Aulas de Educação Física: Análise de Uma Experiência

O presente artigo tem a intenção de apresentar uma experiência de observação nas aulas de Educação Física (EF), ocorrida numa escola de rede pública estadual localizada na cidade de São Cristóvão (Sergipe, Brasil), procurando identificar conteúdos hegemônicos, de modo que se pôde chegar àquilo que denominamos como “Cultura do queimado e do futebol”, aqui entendidas como práticas hegemônicas observadas nas aulas de EF, analisando-as em relação às suas limitações e potencialidades quanto às experiências da cultura corporal de movimento nas aulas deste componente curricular para os anos finais do ensino fundamental. Analisamos criticamente esses dois conteúdos e identificamos como práticas escolares podem restringir as possibilidades de acesso, conhecimento e experiência prática no contexto formativo. A presente pesquisa demonstrou que apesar de perceber um movimento de ruptura com uma perspectiva de hegemonia esportiva, ainda é possível verificar a existência de aulas de EF que se limitam a determinadas práticas corporais, não oportunizando ao aluno a experimentação das diversas possibilidades da cultura corporal de movimento. Diante disso, como acadêmicas(os) em formação, temos o desafio de promovermos mudanças significativas nesta realidade que, por ser um construto cultural, é passível de modificações e ressignificações.

Referências

Araújo, S.N. de, Rocha, L.O., e Bossle, F. (2018). Sobre a monocultura esportiva no ensino da Educação Física na escola. Pensar a Prática, 21(4). https://doi.org/10.5216/rpp.v21i4.50175

Basei, A.P., e Vieira, M.A. (2007). O futebol como conteúdo de ensino da Educação Física escolar: possibilidades a partir da concepção crítico-emancipatória. Lecturas Educación Física y Deportes, 12(115). https://www.efdeportes.com/efd115/o-futebol-como-conteudo-de-ensino-da-educacao-fisica-escolar.htm

Betti, I.C.R. (1995). O que ensinar: a perspectiva discente. Revista Paulista de Educação Física (supl. 1), 27-30. https://doi.org/10.11606/issn.2594-5904.rpef.1995.139398

Betti, M. (2002). Esporte na mídia ou esporte da mídia? Revista Motrivivência, 12(17). https://doi.org/10.5007/%25x

Betti, M. (2003). Educação Física e mídia: novos olhares, outras práticas. Hucitec Editora.

Bracht, V. (1992). Aprendizagem social e Educação Física. Livraria e Editora Magister.

Bracht, V. (1999). Educação Física e ciência: cenas de um casamento (in)feliz. Editora Unijuí.

Bracht, V. (2019). A Educação Física Escolar no Brasil: o que ela vem sendo e o que pode ser. Editora Unijuí.

Brasil (1996). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 02 fev. 2020

Brasil (2018). Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

Butler, J., Burns, D.P., e Robson, C. (2020). Dodgeball: inadvertently teaching oppression in Physical and Health Education. European Physical Education Review, 1, 27-40. https://doi.org/10.1177/1356336x20915936

Conti, L.C.F. (2015). Prática e consciência das regras no jogo de “bola queimada”: contribuições para a Educação Física. 196 p. [Tese Doutorado em Educação, Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista].

Daolio, J. (2004). Educação Física e o conceito de cultura. Autores Associados.

Daolio, J. (2006). A construção cultural do corpo feminino, ou o risco de transformar meninas em “antas”. In: J. Daolio, Cultura: Educação Física e Futebol. Unicamp.

Darido, S.C. (2001). Os conteúdos da Educação Física escolar: influências, tendências, dificuldades e possibilidades. Revista Fluminense de Educação Física Escolar, 2(1), 5-25. http://cev.org.br/biblioteca/os-conteudos-educacao-fisica-escolar-influencias-tendencias-dificuldades-possibilidades

Darido. SC, Rangel-Betti, IC, Ramos, GNS, Galvão, Z., Ferreira, LA, Silva, EVM, Rodrigues, LH, Sanches, L., Pontes, G., Cunha, F. (2001). A Educação Física, a formação do cidadão e os parâmetros curriculares nacionais. Revista Paulista de Educação Física, 15(1), 17-32. https://doi.org/10.11606/issn.2594-5904.rpef.2001.139482

Gil, A.C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social (6ª ed.). Atlas.

Goellner, S.V. (2003). Bella, maternal e feminina: imagens da mulher na Revista Educação Physica. Editora Unijuí.

González, F.J., e Fensterseifer, P.E. (2009). Entre o “não mais” e o “ainda não”: pensando saídas do não-lugar da EF escolar I. Cadernos de Formação RBCE, 1(1), 9-24. http://revista.cbce.org.br/index.php/cadernos/article/view/929

González, F.J., e Fensterseifer, P.E. (2010). Entre o “não mais” e o “ainda não”: pensando saídas do não lugar da Educação Física Escolar II. Cadernos de Formação RBCE, 1(2), 10-21. http://revista.cbce.org.br/index.php/cadernos/article/view/978

González, F.J., e Fraga, A.B. (2012). Qual a função do componente curricular Educação Física na escola brasileira hoje? In: F.J. González, e A.B. Fraga, Afazeres da Educação Física na escola: planejar, ensinar, partilhar (p. 33-71). Edelbra,

Melo, J.P. de (2006). Perspectivas da Educação Física Escolar: reflexão sobre a Educação Física como componente curricular. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 20(supl. 5), p. 188-190. http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/53_Anais_p188.pdf

Minayo, M.C.S. (2001). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade (18ª ed.). Editora Vozes.

Oliveira, S.K.F.S., Gomes, C.F., Moreira, E.C., e Coffani, M.C.R.S. (2019). A queimada e suas variações: indicativos para uma prática participativa na Educação Física Escolar. Cadernos de Formação RBCE, 10(1), 32-43. http://revista.cbce.org.br/index.php/cadernos/article/view/2354

Santos, H.P. dos, Lourenço, M.C., Silva, M.M.R., Silva, F.G. (jan./dez. 2007/2008). As relações de gênero e futebol nas aulas de Educação Física em Catalão-GO. Poiésis Pedagógica, 6(1), 51-72. https://doi.org/10.5216/rpp.v6i1.10838

Santos, M.P. (2009). Inclusão. In: M.P. Santos, M.P.S. Fonseca, e S.C. Melo, Inclusão em educação: diferentes interfaces. CRV.

Saviani, D. (2011). Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Autores Associados.

Scarpato, M. (2007). A importância do planejamento de ensino na prática docente. In: M. Scarpato, M. Educação Física: como planejar as aulas na educação básica. Avercamp.

Silva, J.V.P. da, Dagostin, K.U.D., e Nunez, P.R.M. (2009). Educação Física e conteúdos trabalhados nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Motriz, 15(3), 592-599. https://doi.org/10.5016/2945

Stroher, J., e Musis, C.R. (2017). As representações sociais dos discentes do curso de licenciatura em Educação Física na UNEMAT-Cáceres/MT sobre o trabalho com o corpo/aluno na escola: olhares para os conteúdos da Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 39(3), 233-239. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2017.02.007

[Nepalíes en la cumbre del K2: de porteadores a héroes]

Artigo

Publicado
2021-02-13
Como Citar
Rodrigues, J. H. S., Santos, L. A. B., Silva, B. B. e, & Mezzaroba, C. (2021). “Cultura do queimado e do futebol” nas aulas de Educação Física: análise de uma experiência. Lecturas: Educación Física Y Deportes, 25(273), 30-44. https://doi.org/10.46642/efd.v25i273.2576
Edição
v. 25 n. 273 (2021)
Secção
Artigos de pesquisa

Direitos de Autor (c) 2021 Lecturas: Educación Física y Deportes

[Creative Commons License]

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Acessar