Resumo

A cidade, considerada como um espaço público, tem a função de possibilitar a convivência e o exercício da cidadania por todos os cidadãos. Logo, compreende-se a necessidade de incluir as pessoas com deficiência na sociedade. Esse processo – para eliminar as barreiras existentes nos espaços da cidade – envolve a participação tanto das pessoas com deficiência como também da própria sociedade. Assim, esta pesquisa busca refletir sobre a relação da acessibilidade de alguns espaços públicos de lazer de Curitiba com a garantia do direito ao lazer para os integrantes do grupo de cadeirantes “A União faz a Força”. Para tanto, traçou-se os seguintes objetivos específicos: identificar os espaços de lazer conhecidos pelo grupo “A União faz a Força”; analisar estes espaços utilizando um roteiro baseado na Norma Brasileira de Acessibilidade (NBR-9050) e no protocolo de acessibilidade do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (CREA-PR); e investigar as facilidades e dificuldades encontradas pelos integrantes do grupo “A União faz a Força” no uso dos espaços de lazer, sob o ponto de vista dos próprios usuários, bem como dos gestores da Prefeitura de Curitiba. Esta investigação foi desenvolvida a partir de uma abordagem qualitativa, sendo utilizada a estratégia de triangulação dos dados coletados em entrevistas semiestruturadas com pessoas cadeirantes e gestores da Prefeitura de Curitiba, observação sistemática do Parque Barigui, do Parque Bacacheri, da UNILIVRE e do Parque Lago Azul, bem como dos passeios do grupo de cadeirantes realizados no Parque Bacacheri e na UNILIVRE, com o referencial teórico. Destaca-se que, apesar de Curitiba possuir facilidades, como uma secretaria especial voltada às questões das pessoas com deficiência, e ter grande parte da frota de ônibus adaptada, ainda identificamos muitos problemas relacionados à acessibilidade, que reduzem a mobilidade da pessoa com deficiência na cidade e dificultam o acesso aos espaços de lazer. Também encontramos várias barreiras que impedem o uso dos equipamentos de lazer, como também do uso dos sanitários nos espaços públicos observados. Conclui-se, portanto, que a falta de acessibilidade encontrada nesses espaços e na mobilidade urbana de Curitiba reduz a possibilidade de escolha do lazer e consequentemente restringe a garantia do direito ao lazer para os integrantes do grupo “A União faz a Força”.

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