Resumo

A criação da escola pública (e para todos) abriu os portões para que a diversidade cultural atravessasse as fronteiras da cultura escolar. Com o avanço das tecnologias e da globalização, as informações se tornaram cada vez mais difundidas e a população teve acesso aos mais diferentes códigos simbólicos. Mas as interpretações desses códigos, ainda, continuaram individuais e locais, formando, cada vez mais, as multiculturas. Contraditoriamente a esse movimento, a escola continuou fechada em sua ideologia e distante da realidade social, criando conflitos e resistência. A escola, ainda, não é capaz de responder à lógica das relações que estão sendo vividas, contribuindo para a homogeneização das culturas. Assim, o desafio da escola é como não eleger uma lógica única e, sim, estabelecer um diálogo entre a lógica das diferentes sociedades. A escola é formada por atores sociais capazes de mudar este quadro, dentre eles, o professor é quem mais detém o poder para transformar a relação pedagógica em condições de reciprocidade. De acordo com a literatura analisada, a formação de competências está estreitamente relacionada a reflexões coletivas capazes de analisar as mais complexas teias sociais. Tal problemática nos levou a formação do objetivo geral desta pesquisa: construir um processo de formação continuada que possibilitasse a autonomia e a melhoria da qualidade da ação educativa do professor de Educação Física. Como objetivos específicos destacamos: a) possibilitar que o professor construa novas competências; b) incentivar que o professor aprimore o processo de relação pedagógica; c) proporcionar a autonomia do professor de Educação Física para a construção de um currículo dialogado com a cultura corporal de seu grupo social. A razão pela qual optamos por um processo de formação continuada com base na colaboração social dos autores envolvidos justificou-se, no fato de que este resultou na melhoria da qualidade educacional e proporcionou a autonomia profissional do professor de Educação Física. Esta foi uma pesquisa de campo com base na pesquisa-ação colaborativa. A análise dos dados seguiu as orientações da técnica de triangulação. Permitindo-nos inferir que o processo de formação contínua possibilitou diferentes níveis de reflexividade, desde a resistência até o envolvimento com a necessidade de mudanças, levando ao desenvolvimento profissional dos professores. A construção dos conhecimentos pelo grupo resultou na inovação educativa, a qual ofereceu subsídios da Ciência Semiótica ao trabalho pedagógico. Esta base teórica possibilitou aos professores criarem competências para ler a linguagem corporal dos sujeitos portadores de identidade e, portanto, professores com autonomia e capazes de criar o currículo próprio de seu grupo social e uma relação do processo de ensinar e aprender dialogada entre as diferenças culturais 

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