Da fortaleza de corpos vigorosos: cultura física e educação do corpo no colégio diocesano pio x – paraíba (1910-1954)
Por Alexandro dos Santos (Autor), Claudia Engler Cury (Autor).
Resumo
Nas primeiras décadas do século XX, o corpo passou a ser pensando e problematizado como o templo da alma, da pátria e da instrução. Partindo deste princípio o presente artigo tem por objetivo analisar as ideias que circularam sobre o conceito de cultura física no Colégio Diocesano Pio X no período de 1910 a 1954, por meio de produções discursivas que falam de corpos fortes, saudáveis, belos, esbeltos, hígidos e vigorosos. Nesse período a educação física assumiu a missão de transformar corpos raquíticos, fracos, doentes e débeis em corpos fortes, produtivos e cheios de energia. Para tanto, problematizaram-se os discursos médicos, religiosos, cívicos, patrióticos, militaristas e pedagógicos que circularam nas páginas de jornais e revistas produzidos na Paraíba, durante o recorte proposto pela pesquisa, a saber: A União, A Imprensa e Revista do Colégio Diocesano Pio X. Como aporte teórico-metodológico, adotaram-se as contribuições de Michel Foucault através do conceito de Poder Disciplinar, afim de refletir sobre a construção do projeto de educação do corpo do Colégio. Nesse sentido, a análise debruçou-se também, sobre o conceito de cultura física e as práticas de educação física voltadas para a pedagogização dos escolares. Nesse percurso, dialogamos com o campo da História da Saúde, Educação e Corpo, para lançar luz sobre estes objetos de estudo. Os resultados alcançados mostraram que o ensino de educação física e as práticas esportivas foram responsáveis por colocar em prática um projeto de educação que atuava sobre o corpo dos jovens, modelando-o, disciplinando-o, adestrando-o, medicalizando-o e pedagoziando-o.