Resumo

A imprensa esportiva demonstra tendência de se aproximar do entretenimento, deixando de lado suas funções informativa e educativa. O discurso da mídia esportiva se mostra condicionado ao consumo do esporte e aos índices de audiência. O objetivo deste artigo é analisar, por meio da trajetória histórica da revista Placar, publicação tradicional da Editora Abril, as modificações ocorridas no “fazer jornalismo esportivo” no Brasil. Criada em 1970, meses antes da conquista do tri na Copa do México, Placar se notabilizou, na primeira fase, por matérias com forte conteúdo informativo e pautas investigativas lembradas até hoje, em especial por desvendar o submundo do futebol brasileiro. Em função dos fracos resultados econômicos e financeiros obtidos pela publicação, a revista teve de modificar seu rumo, enveredando para o entretenimento e para o espetáculo. É nossa intenção demonstrar, através da trajetória da revista, que aspectos como notoriedade, interesse público e imprevisibilidade foram abandonados pela imprensa esportiva brasileira. Esses elementos, fundamentais na definição da identidade de um veículo, foram deixados de lado. Em seu lugar, o entretenimento e o consumo passaram a nortear as práticas editoriais. 

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