Resumo

A Tese apresenta uma análise crítica, dos conteúdos, da agenda, dos sujeitos e da trajetória institucional das políticas públicas de lazer no âmbito do Governo Federal, no Brasil. O objetivo da pesquisa é compreender como é possível superar as contradições do lazer e romper a lógica do capital nas intervenções promovidas pelo Estado. A construção dessa análise crítica contemplou o referencial teórico que apresenta as contradições do lazer estimuladas pelas relações sociais capitalistas, no primeiro capítulo. O levantamento de protocolos internacionais referentes ao lazer revelou a agenda pública internacional, com seu legado histórico e suas repercussões ideológicas que influenciaram e ainda influenciam a estrutura legalinstitucional da ação pública, subordinando-a a manutenção hegemônica do capital. O capitulo seguinte demonstra o resgate histórico dos sujeitos e das políticas públicas de lazer nacional, que se caracterizaram, em épocas distintas, por intervenções de caráter moralista e higienista; de valorização dos padrões estéticos e do status social; de controle da classe trabalhadora; de populismo e alienação massificada e por fim, por intervenções funcionalistas e fragmentadas, que promovem o lazer como produto de consumo. Foi utilizada uma sistemática própria de análise para identificação daquilo que o estudo denomina de “Política de Instante”, ratificando o lazer como experiência instantânea e descontinuada, cujo principal benefício figura no consumo imediato de bens produzidos pelo mercado de entretenimento ou da indústria esportiva e cultural, a “Política de Instante” é confrontada com a proposta da “Política para o Instante”, que assume um conjunto estruturado de objetivos que contemplam o instante como momento vivencial do lazer, fazendo parte do fluxo duradouro da composição de um repertório variado de experiências, que se apresenta como alternativa para superar a lógica do capital que vem influenciando as políticas públicas de lazer no Brasil.

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