Da reivindicação à implementação: O processo de criação do gtt13 relações étnico-raciais do CBCE
Por Arliene Stephanie Menezes Pereira (Autor), Vilma Aparecida de Pinho (Autor), Gabriela Nobre Bins (Autor), Cristiano Neves Rosa (Autor), Joe Gomes (Autor), Carlos Alex M. Soares (Autor).
Parte de 25 anos dos GTTS do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte: trajetórias e perspectivas . páginas 39 - 51
Resumo
AXÉ As lutas anticoloniais no campo educacional, que muitas vezes foram silenciadas ou apagadas pelo sistema oficial, estão articuladas às lutas de grupos de trabalhos temáticos, associações de pesquisadoras/es e docentes que, nos congressos, seminários, cursos e palestras, usam como temas de estudo as questões que afetam diretamente os povos colonizados. A exclusão do pensamento negro afro-diaspórico e das culturas indígenas, o silenciamento, a discriminação e a negação de suas histórias, culturas, identidades e, principalmente, o vilipêndio dos seus conhecimentos, através de um racismo epistêmico e do epistemicídio (GOMES, 2020; NOGUERA, 2014; CARNEIRO, 2005), constituem mazelas, as quais tornam imperativo o fomento de lutas antirracistas e a descolonização das propostas de currículo, dos grupos hegemônicos de pesquisa, de temas de congressos, palestras, cursos e seminários. Com a área de Educação Física, isso não se apresenta de forma diferente. Desse modo, o presente texto se propõe a narrar três ações do processo de criação e implementação do Grupo de Trabalho Temático Relações Étnico-Raciais (GTT13) do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE). Este foi aprovado e oficialmente criado na assembleia do XXII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte (Conbrace) e do IX Congresso Internacional de Ciências do Esporte (Conice) em 2021, realizada em formato remoto, por conta da pandemia de covid-19, e promovido pelo CBCE e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).