Dança Contemporânea, Lusofonia e Globalização
Por Luísa Roubaud (Autor).
Em XIV Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Objectivos/enquadramento:
A dança teatral afirmou-se, no séc.XX, como “arte contemporânea”; esse estatuto derivou do seu distanciamento de uma arte de entretenimento, e dasua afirmação como linguagem, capaz de produzir pensamento e interlocução com o seu próprio tempo e contexto, onde o corpo é portador derepresentações do mundo e de reflexão sobre ele. A dança contemporânea rasgou um território específico, com potencialidades no domínio da formação individual e cívica, de crítica e intervenção social.
Método:
Analisamos o modo como estas questões emergem, de forma distinta, em manifestações contemporâneas da dança no espaço lusófono: em Portugal, a “nova dança” tem vindo a espelhar a reconfiguração identitária, europeia e pós-colonial, subsequente à Revolução de Abril de 74;em paísescomo Moçambique, Angola ou Cabo Verde, indicia a procura de uma contemporaneidade própria, entre tradição e globalização; num Brasil em acelerado desenvolvimento,uma eclosão criativa e conceptual deixa entrever, em simultâneo, temáticas como a multiplicidade culturale as persistentesassimetrias sociais (Roubaud 2004, 2006, 2008). Nestas interlocuçõesdiversas, identificamos um potencial imenso de conhecimento mútuo,e de possíveis zonas de aproximação, em termos culturais, sociais e simbólicos. Contudo, apesar da língua em comum, os trânsitos no âmbito da dança contemporâneano espaço lusófono são esparsos.
Conclusão:
Esta comunicação pretende promover uma reflexão integradasobre esta realidade, como contributo para uma concepçãosustentada de projectos de caracterformativo, social ou artístico. Numa conjuntura mundial em reconfiguração, o reforço dos laços lusófonos sãoparte fundamental de uma perspectiva pluritópicado mundo global (Mignolo 2000).