Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar a relações entre a dança e os aspectos etnicorraciais considerando para isso uma leitura crítica de questões que atravessam o corpo, a raça e o gênero, bem como, as diferentes formas de discriminação e preconceito constantemente vivenciados na sociedade. Para tanto, realizamos uma análise de um projeto de extensão universitária de uma universidade privada do Estado do Espirito Santo (Brasil), esse desenvolve aulas de dança para um grupo composto por 12 universitárias, o trabalho de campo durou 12 meses no ano de 2015. A metodologia foi qualitativa, sendo que para as ações da professora de dança, para o material pedagógico e as para as representações dos alunos, respectivamente, foram feitas observação participativa, a análise documental e entrevistas semi-estruturadas. O projeto de extensão tem por obejtivo o ensino da dança na instituição, as atividades propostas revelam uma linguagem corporal simbólica que diz respeito ao pertencimento social e cultural com vistas à produção e difusão de conhecimentos acerca dessa linguagem artística. Le Breton demonstra que o corpo é essencial na construção social dos individuais. Guimarães e Munanga afirmam a necessidade de uma compreensão histórico social do racismo. A partir dos dados levantados consideramos que os desafios e dilemas vivenciados no processo de criação e aprendizagem da dança nesse projeto permitem que as alunas reflitam e problematizem a temática etnoracial existente na sociedade brasileira, permitindo uma ressignificação dos estereótipos existentes com relação a dança e aspectos étnico-raciais, como os associados a valores religiosos, a beleza exótica negra.

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