Resumo

INTRODUÇÃO: O dano muscular induzido pelo exercício (DMIE) em humanos ocorre quando o indivíduo realiza exercícios não-habituais, muito intensos ou de longa duração. Muitos protocolos experimentais têm se dedicado ao estudo do DMIE, porém poucos deles, principalmente aqueles com ações excêntricas, reproduzem uma situação real de treinamento físico. OBJETIVO: O objetivo geral desta pesquisa é verificar e comparar a ocorrência de dano muscular nos flexores do cotovelo induzido pelo sistema de treinamento de cargas descendentes em exercício resistido em duas diferentes intensidades por meio de marcadores indiretos de dano muscular: creatina quinase (CK), mioglobina (Mio), dor e torque muscular. MÉTODO: Foram voluntários 9 indivíduos do gênero masculino com idade média ('+ OU -' desvio padrão) de 26,78 '+ OU -' 4,32 anos, peso médio 84,02 '+ OU -' 13,88 quilos e altura média 181,33 '+ OU -' 8,46 centímetros. Os indivíduos realizaram dois protocolos de exercício resistido com ações concêntricas e excêntricas dos flexores do cotovelo nos exercícios rosca Scott e rosca direta com cargas descendentes em diferentes intensidades, uma iniciada em 90% de 1-RM (PROTOCOLO 90%) e outra iniciada em 75% de 1-RM (PROTOCOLO 75%). Os marcadores de dano muscular CK, Mio, dor e torque muscular foram avaliados previamente ao exercício, imediatamente após o exercício, 24, 48, 96 e 168 horas após o exercício. RESULTADOS: O pico de concentração de CK ocorreu 24 horas após a sessão de exercício dos PROTOCOLOS 75% e 90%, sem diferenças significativa entre os valores (p < 0,05). O pico de concentração de Mio ocorreu imediatamente após a sessão de exercício dos PROTOCOLOS 75% e 90%, sem diferenças significativa entre os valores (p < 0,05). O pico de dor ocorreu 24 horas após a sessão de exercício do PROTOCOLO 75% e permaneceu com o mesmo valor 48 horas após, com percepção referente à "dor um pouco forte" indicada na escala de Borg e no PROTOCOLO 90% obteve o pico imediatamente após o esforço com percepção referente à "dor moderada". A maior diminuição do torque muscular ocorreu imediatamente após a sessão de exercício dos PROTOCOLOS 75% e 90% sem diferenças significativa entre os valores (p < 0,05). CONCLUSÃO: Foi possível sugerir a ocorrência do dano muscular e ambos os protocolos pelas variáveis investigadas. O torque muscular demonstrou ser o melhor marcador do dano muscular por avaliar de forma não-invasiva a funcionalidade e restabelecimento das estruturas do músculo. O PROTOCOLO 90% parece ser mais vantajoso praticamente por demonstrar as mesmas características nas variáveis CK, Mio e torque muscular com menor percepção de dor. Porém, pesquisas com adaptações ao treinamento crônico são necessárias para fortalecer estas afirmações.

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