Integra

(Para Robes-Pierre)

Com as viseiras vidradas e chapadas de sono nas madrugadas copais, acompanho os olhos esbugalhados de futebrasilidade que berram um brado heroico e retumbante. Nem o mais bossanoviano maestro ousaria questionar um possível desacerto no concerto histriônico: somos desafinados, mas batemos em um só coração! Mas depois disso, e em face da fifadamae que nos roubou o baticumbum dos bumbos – embora mantivesse os cassetetes quebrando costas e direitos – só nos resta ser com muito, muito orgulho e amor maior ainda. Afinal, não foi simbólico abrirmos tudo indo tomar na cu-latra? Da Lata, que nos espera no armário da cozinha, para quando a ‘maior e melhor’, a ‘êxtase das ecstasys’ passar – vai passar, imagina? E na floresta devastada das contradições, em meio aos campos povoados de gols memoráveis, canibais pré-edipianos e joelhaços sanguinolentos (a América latrina não sobrevive sem veias abertas e véias piranhas) – sim, do meio desta refloresta jamais reflorestada que alimenta os vendedores de bolinhos em Bagdá (e suborna os peixeiros trotskistas)- se ergue um gigante pela própria natureza, bolsos cheios de ingressos enferrujados com carimbos da mafi(f)a: em uma das mãos, carrega um escalpo Bond-colombiano; na outra, contratos publicitários enrolados em uma fitinha reluzente onde se lê “Aqui (digo, aí) é pauépedraéofimdaquebrada é brazil”. Ao som de seu estilingue Personagens bíblicos se digladiam, ressurretos – saltando ao sabor da OLA – não, o samba não voltará,  e o dia não vai raiar.  Nas nuvens, protegidos pelas pás de moinhos antiquixotescos e desvairados da metrópole, fenômenos contabilizam o ouro dos tolos. Sim, um dia tentei ser socialista. E um poeta de bosta. Mas Nicanor, o inconsciente nacional, sussura: ‘Gigante que nada…é tudo pose!’.  Libertem nossos presos.

Por Jorge Knijnik

em 6-07-2014, às 16:20

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Comentários

A representação do “eu” nesse mosaico de contraditórios, caminha o consciente coletivo, quanto mais pensarmos que estamos desgarrados das coletividades, mais nos vemos pensando coletivamente, só o capitalismo radical é capaz de criar “sujeitos coletivos individuais”, o nível de suportabilidade para as questões individualistas estão se esgotando no mundo. Quanto mais leio seus scripts mais me vejo mergulhado em soluções coletivas. Não é o mais fácil – como dizia Jean Paul, “o inferno são os outros” – mas estamos aqui prá quê mesmo? Inventar novas formas e maneiras de amar… sermos criativos como tu gabiru… sermos sempre os melhores naturalmente… também como tu. Beijão Jorjão.

Por Luiz Alexandre Lara
em 6-07-2014, às 17:01.

#nãovaiterBagdá

Por General Shemale Cumshot
em 6-07-2014, às 17:24.

Qualquer maneira, vale a pena? Pequena, grande, serena?

Por Jorge Knijnik
em 6-07-2014, às 17:30.

Vai-te a Meca entao – po!

Por Jorge Knijnik
em 6-07-2014, às 17:31.

Já te perguntei isso antes: Pirou?

Por Jarbas
em 7-07-2014, às 22:23.

Nao. Sao as coisas que estao melhorando

Por Jorge Knijnik
em 8-07-2014, às 1:57.

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