Resumo
O Estádio de Futebol Jornalista Mário Filho, o Maracanã, é cultuado como o templo do futebol, lugar sagrado que, em 1950, teve sua emblemática e ainda memorável estreia de visibilidade mundial com a final da Copa do Mundo. Em 2014, será palco de mais uma partida final de Copa do Mundo e, em 2016, sediará as finais do futebol e as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos. Bem mais que um estádio de futebol, o Maracanã tornou-se um dos símbolos do Rio de Janeiro, constituindo-se num espaço promotor de eventos esportivos na contemporaneidade que provoca experiências concretas e subjetivas, desperta lembranças e rememorações e media narrativas biográficas e etnográficas. Apresentando-se como um guardião de memórias locais, da memória de uma comunidade e de práticas culturais/esportivas, nosso objeto de estudo se configura em diversas dimensões. Esta pesquisa analisa, histórica e culturalmente, a memória social do Estádio de Futebol Jornalista Mário Filho (o Maracanã) e a sua relação com a Copa do Mundo de 1950. Sobretudo focalizando as repercussões daquele evento na sociedade brasileira, as tensões do processo de patrimonialização do estádio e a rede de memórias que por ele permeia, a partir do discurso jornalístico e de narrativas individuais e coletivas. A investigação do conteúdo simbólico e imagético que faz deste estádio, um patrimônio, uma imagem emblemática e um lugar de memória no imaginário social brasileiro, revela que o Maracanã constituiu-se, com o tempo, numa marca de representação identitária para o povo do Rio de Janeiro e mesmo para o brasileiro.