Resumo

O artigo objetiva um balanço do chamado “legado” da Copa do Mundo de 2014, com o acompanhamento do período que se sucedeu à realização do Mundial da FIFA no Brasil. O trabalho investiga os desdobramentos da relação entre as novas arenas e o público frequentador de estádios, em particular o segmento conhecido pela denominação torcidas organizadas. De início, descreve-se o conjunto de transformações arquitetônicas e infraestruturais empreendidas para a Copa; em seguida, revisa-se a literatura acadêmica relativa aos usos e às apropriações dos novos estádios pelas torcidas; por fim, apresenta-se um survey aplicado no pós-Copa a centenas de torcedores da cidade de São Paulo. Este levantamento possibilita identificar aspectos positivos e negativos apontados pelos usuários dos equipamentos esportivos, com uma distinção entre a modernização dos estádios para as demandas do padrão FIFA e sua utilidade a posteriori, em especial para a chamada “festa” nas arquibancadas – faixas, bandeiras, cânticos e coreografias – durante os campeonatos nacionais e estaduais. À luz do “clubismo” – modo de apoio a um clube, que se diferencia da forma de torcer para a seleção nacional –, conclui-se com uma visão heterogênea e diferenciada tal como apresentada pelos integrantes de torcidas organizadas. A decomposição dos dados estatísticos permite detectar ora vantagens ora desvantagens à “cultura torcedora”, no que se convencionou chamar legado futebolístico da Copa do Mundo para o Brasil.

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