De Roma à Tóquio: participação de mulheres nos jogos paralímpicos
Por Ianamary Monteiro Marcondes (Autor), Ruth Eugênia Cidade (Autor), Doralice Lange de Souza (Autor).
Resumo
Entre Stoke Mandeville (1948), que marca o início do movimento paralímpico, e a última edição dos Jogos Paralímpicos (JP), Tóquio 2020, houve um crescimento expressivo nos esportes e atletas no evento. Contudo, a história de homens e mulheres no evento é diferente. Objetivo: Analisamos a evolução da participação de atletas por gênero nos JP, considerando desde a primeira edição em Roma 1960 até Tóquio 2020. Método: Realizamos um estudo documental, coletando informações sobre a oferta de modalidades e participação de atletas no site institucional do IPC em janeiro/2022. Utilizamos uma abordagem quantitativa a fim de comparar a evolução percentual da participação de homens e mulheres nos JP. Resultados: Os JP Roma 1960 tiveram 8 modalidades masculinas e 6 femininas, totalizando 209 atletas (78% homens/22% mulheres). Tóquio 2020 teve 23 modalidades masculinas e 22 femininas e 4403 participantes (58% homens/42% mulheres). Esse crescimento de mulheres nem sempre foi progressivo. Á medida que novas modalidades eram incluídas no Programa Paralímpico, eram implementadas modalidades masculinas, contribuindo para o aumento do percentual de homens em relação à edição anterior. Isso ocorreu em: Tel Aviv 1968 (75% homens/25% mulheres), Toronto 1976 (79% homens/21% mulheres) e Seul 1988 (78% homens/22% mulheres). A partir de Seul 1988, houve um crescimento gradativo de mulheres e modalidades femininas no evento. A exceção foi Londres 2012 que, mesmo tendo um aumento quantitativo de atletas, o percentual por gênero (65%homens/35%mulheres) e o número de modalidades (20masculinas/18femininas) foi o mesmo da edição anterior, Pequim 2008. Em Seul 1988 observou-se a maior diferença na oferta de modalidades (18 masculinas/11femininas) e Tóquio 2020 a menor (23masculinas/22 femininas). Nenhuma edição entre Roma e Tóquio teve equidade gênero no número de atletas e modalidades. Conclusões: Apontamos que a busca pelo equilíbrio na oferta de modalidades/provas masculinas e femininas no Programa Paralímpico pode ser uma estratégia para possibilitar o aumento da participação de mulheres nos JP.