Resumo

Resumo: O basquete em cadeira de rodas (BCR) é a modalidade coletiva de maior destaque nos Jogos Paralímpicos e nela participam pessoas com diversas deficiências motoras. O objetivo deste estudo foi investigar a demanda fisiológica do jogo de BCR de acordo com os tipos de deficiência, classificação funcional e posição emquadra. Para este estudo descritivo-correlacional participaram 34 atletas do sexo masculino, de cinco equipes da primeira divisão nacional, que foram divididos em grupos de acordo com suas deficiências, classificações funcionais e posições em quadra. A mensuração das medidas de natureza fisiológica (frequência cardíaca, variabilidade de frequência cardíaca, concentração de lactato sanguíneo, carga interna, cortisol salivar) foi feita durante jogos de BCR. A frequência cardíaca e a variabilidade da frequência cardíaca foram aferidas pré e após jogo por meio do cardiofrequencímetro da marca Suunto Team Pod. A concentração de lactato foi verificada antes do jogo, no intervalo e após a partida através de coleta de sangue do lóbulo da orelha. A concentração de cortisol salivar foi verificada nos momentos basal, antes e após o jogo. Para análise estatística foi usado teste de Kruskall-Wallis, teste de Wilcoxon, regressão linear simples e multivariada, sempre com significância p<0,05. Como principais resultados, observou-se que o BCR é bastante exigente em relação ao estresse cardiovascular, sendo a maior parte do tempo jogado em intensidades elevadas de frequência cardíaca. No entanto, a intensidade e recuperação do esforço do jogo medidos pela frequência cardíaca não são diferenciados entre deficiência, classificação funcional ou posição em quadra. O método subjetivo (PSE) de controle de carga interna do jogo foi um método válido para mensuração do esforço do atleta em jogos de BCR, pois correlacionou-se de maneira significativa com o método objetivo (TRIMP). Atletas com lesão neurológica não apresentaram respostas estressoras significativas ao jogo em relação à produção do hormônio cortisol, porém foram os únicos a exibir elevações consistentes nos níveis de lactato sanguíneo pós jogo. Assim, conclui-se que as diferentes deficiências motoras respondem fisiologicamente de maneira diferenciada ao jogo, o que reforça a necessidade do conhecimento sobre as demandas fisiológicas em situações próprias de competição, já que este, diferentemente de situações de laboratório, pode propiciar o planejamento de ações mais direcionadas por parte dos treinadores para que os atletas possam otimizar seus desempenhos por meio de estratégias individualizadas durante o treinamento e a competição.

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