Resumo

O objetivo desta pesquisa foi analisar a Democracia Corinthiana no contexto social brasileiro, buscando compreender a relação que os jogadores desenvolveram na gestão do clube corintiano, no período de 1981 a 1985, conhecido como Democracia Corinthiana, de modo a buscar a gênese da ideia dos jogadores como trabalhadores. Chegamos a uma questão essencial: a luz do movimento social geral daquele contexto socioistórico, em que medida o avanço da organização empresarial do Sport Club Corinthians Paulista - o processo de modernização que se desenrolava - se relacionava com as possibilidades de participação empreendidas pelos jogadores na Democracia Corinthiana, bem como quais são os limites e as possibilidades desse meio de gestão? Analisamos os plurais sentidos de democracia que se desenvolveram entre os principais sujeitos do movimento corintiano, de modo a entender o grau de espontaneidade e diferenças de envolvimento, bem como de entendimento, fizeram parte dessa criação histórica. Como parte disso, evidenciamos os sentidos e possibilidades que a participação teve para os jogadores, de modo a circundar a cultura política que se desenvolveu entre os mesmos, envolvendo reflexões sobre o grau de autonomia e de conscientização. Com isso, procuramos compreender como a Democracia Corinthiana concretamente avançou para além do interior do departamento de futebol do clube para influenciar o restante da categoria, forjando uma configuração de trabalhadores da bola. A pesquisa foi realizada por meio de pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas com dois integrantes da Democracia Corinthiana. Esta pesquisa evidenciou a pluralidade de significados e representações da participação dos jogadores nesse movimento, percebendo diferentes formas de se inserir nele e de constituir a cidadania do jogador de futebol. 

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