Resumo

A democracia tem sido um tema bastante presente na pesquisa em educação, especialmente a partir da década de 1980. As concepções hegemônicas de democracia, provenientes da teoria política e da sociologia, vêm apresentando-a como um procedimento de governo, no qual a participação aparece como técnica de gestão, como forma de legitimação de uma integração consentida. Todavia, tanto a sociologia como a ciência política nos oferecem alternativas de teorias democráticas que se colocam no campo das teorias não-hegemônicas, nas quais a participação é um elemento de emancipação e, portanto, de mudança social. Este artigo discute duas destas perspectivas: a democracia participativa, proposta por Boaventura de Sousa Santos, e a democracia radical e plural, proposta por Ernesto Laclau e Chantall Mouffe. Busca, assim, contribuir para o aprofundamento das perspectivas teóricas que podem ser utilizadas no campo dos estudos sobre a democracia na educação. Palavras-chave : Democracia participativa; Democracia radical e plural; Educação; Emancipação; Mudança social.