Resumo

O jiu-jitsu é um esporte que está em constante crescimento, tanto em número de praticantes como em visibilidade (Rufino, Darido, 2009). Entretanto, a introdução dessa modalidade em um contexto pedagógico e adaptado para pessoas Surdas encontra ainda obstáculos e desafios. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo analisar os desafios e estratégias encontrados durante o processo de tematização do jiu jitsu para jovens surdos, assim como apontar caminhos para a democratização e inclusão no esporte. Desenvolvimento: Foi desenvolvido em caráter experimental duas aulas de jiu jitsu em um projeto da Faculdade de Educação Física da Unicamp. As atividades foram destinadas a jovens entre 8 e 14 anos, com deficiência auditiva, integrantes do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação (Campinas, São Paulo). As aulas tiveram duração de 1 hora e 30 minutos cada. O conteúdo das aulas foi estruturado com a finalidade de introduzir conceitos básicos do jiu jitsu brasileiro por meio de jogos de oposição e atividades lúdicas, abordando aspectos como agarre/pegada, desequilíbrio, reação rápida e táticas de controle/imobilização. Ademais, as aulas foram acompanhadas por uma intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Apesar do desafio de ministrar as aulas sem domínio da Libras, houve ganhos profissionais e pessoais referentes à criação de estímulos visuais e comunicativos que atendessem aos participantes e à necessidade de adaptação da postura como professor frente às circunstâncias das aulas. Sugestões: A partir dessa experiência foi possível analisar a importância da atuação do profissional de educação física na democratização do ensino das lutas e do jiu jitsu para pessoas Surdas, além do conhecimento da Libras como comunicação oficial. Nesse sentido, com base na experiência construída, pretende-se incentivar a exploração e estudo direcionados ao jiu jitsu para esse público, visando proporcionar uma maior inclusão esportiva e social.