Desempenho de jovens kayakistas ibéricos: Da antropometria à frequência de pagaiada
Por : Rui António Fernandes (Autor), Fernando Alacid (Autor), Beatriz Branquinho Gomes (Autor).
Em XIX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A excelência é o principal objetivo nas artes, nas ciências ou no desporto (Williams & Reilly, 2000). Estudar os elementos cruciais para o sucesso desportivo específico tornou-se uma área de interesse significativa (Dessalew et al., 2019). A canoagem de velocidade ocorre em percursos de águas calmas, e as provas são disputadas em nove pistas devidamente balizadas com nove metros de largura nas distâncias de 200, 500 e 1000 m. Objetivos: Este estudo teve como objetivo determinar quais as variáveis que se correlacionam com o desempenho e como a frequência de pagaiada pode ser um fator diferenciador na performance dos jovens kayakistas. Metodologia: Foram avaliados vinte e quatro jovens kayakistas ibéricos (13,63 ± 1,50 anos), relativamente à experiência, maturação, antropometria, composição corporal, equipamento, aptidão física e desempenho. Resultados: Excetuando a idade no pico de velocidade de crescimento (anos), estatura matura predita (cm), soma de seis pregas (mm), massa de gordura estimada (%) e o ângulo entre as pás (º), as restantes variáveis estudadas apresentaram correlação significativa (p < 0,05 e p < 0,01) e negativa com o desempenho nos 200 e 500 m. Os resultados da regressão linear simples para o desempenho mostram que a Idade Cronológica (IC) pode explicar o desempenho em cerca de 71% para as duas distâncias (R2= 0,715 nos 200m e R2= 0,713 nos 500m). O vaivém foi a variável que melhor predisse o desempenho nas duas distâncias, 78 e 77% para os 200 e 500 m, respetivamente. Considerando as correlações (rs) com a frequência de pagaiada (FP), apenas os anos de prática, as horas semanais, a distância do ombro à água e a corrida de vaivém se correlacionaram positivamente (p < 0,01) com a FP em ambas as distâncias do teste. O desempenho nas duas distâncias de teste correlacionou-se significativa e negativamente (p < 0,01) com a frequência de pagaiada. Conclusões: Os principais resultados deste trabalho foram que a IC, os anos de prática, as horas de prática semanal, o maturity offset, a circunferência do peito e a corrida de vaivém explicam acima de 70% do desempenho em ambas as distâncias.