Resumo

Os objetivos do estudo foram determinar e comparar os efeitos da organização de cargas de treinamento em sessões alternadas e combinadas sobre os parâmetros de monitoramento da carga de treinamento e desempenho físico de atletas de futebol categoria sub 20. Participaram da pesquisa 27 atletas de futebol, categoria sub-20 que foram divididos em dois grupos, treinamento em sessões alternadas - TSA (n=13), idade: 17,77 ± 0,79 anos, massa corporal: 67,27 ± 7,24 Kg, estatura: 1,74 ± 0,07 m, IMC: 22,79 ± 1,96 Kg/m2 e treinamento combinado na sessão - TCS (n=14) idade: 17,50 ± 0,76 anos, massa corporal: 73,46 ± 9,13 Kg, estatura: 1,76 ± 0,07 m, IMC: 23,84 ± 1,84 Kg/m2. Os atletas foram submetidos a trinta e sete sessões de treinamentos organizados em sessões alternadas (isto é, apenas um conteúdo por sessão de treinamento físico) ou combinadas (isto é, dois conteúdos combinados na sessão de treinamento físico). Durante o período de treinamento, foi feito o monitoramento da carga de treinamento pela percepção subjetiva do esforço, carga de treinamento, monotonia, strain e volume total da carga de treinamento de força. Além disso, pré e após a intervenção foram realizadas avaliações do desempenho físico: Yo-Yo intermitente recovery test level 1 – Yo -Yo IR1; Capacidade de Sprints Repetidos – CSR, média, melhor sprint e percentual de decréscimo; Squat Jump – SJ; Counter Movement Jump – CMJ; Sprint 15 metros; Força Máxima - 1RM. Os conteúdos foram equalizados e a ênfase do treinamento para cada conteúdo foi de 41,42% para o treinamento técnico e tático, 16,73% para resistência de força, 10,46% para potência, 10,04% para força máxima, 9,21% para sprints repetidos, 8,37% para jogos reduzidos e 3,77% para velocidade. O monitoramento de cargas de treinamento indicou diferenças entre grupos na percepção subjetiva do esforço (p= 0,0350), monotonia (p= 0,0004) e strain (p= < 0,0001), maiores no grupo TCS. O desempenho físico apresentou diferenças entre momentos na CSRmelhor (p= 0,0459), Squat Jump (p= 0,0053), Sprint 15 metros (p= 0,0012) e força máxima - 1RM (p= 0,003) para o grupo TSA e prejuízo no desempenho de Sprint 15 metros (p= 0,0316) no grupo TCS. Na comparação entre grupos, foram encontradas diferenças em Sprint 15 metros (p= 0,0002) e força máxima - 1RM (p= 0,0183), substancialmente melhor no grupo TSA. A organização de cargas de treinamento mostrou ser determinante para as respostas do monitoramento de cargas e no desempenho físico de jovens atletas de futebol. Apesar da distribuição de conteúdos ter sido equalizada no período total de treinamento, os atletas apresentaram uma percepção de esforço, monotonia e estresse maior no grupo que combinou cargas de treinamento na sessão. Ademais, o desempenho físico apresentou um comportamento distinto entre os grupos. Cargas de treinamento organizadas em sessões alternadas melhoraram o desempenho das capacidades neuromusculares, com efeitos substanciais na força e velocidade. Enquanto a combinação de cargas de treinamento na sessão não apresentou melhorias e prejudicou o desempenho da velocidade. Deste modo, conclui-se que para o desempenho físico, a aplicação de cargas de treinamento em sessões alternadas foi adequada, pois apresentou substanciais melhorias no desempenho físico comparada a organização de cargas combinadas na sessão.

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