Resumo

Este estudo teve como objetivo validar um instrumento observacional da tática de futevôlei (FtVi) e utilizá-lo na investigação empírica das tendências tático-técnicas em partidas de futevôlei de alto nível. A validação seguiu cinco etapas: i) desenho; ii) análise piloto; iii) validação de conteúdo; iv) reprodutibilidade; v) estudo empírico. Foram analisadas as partidas femininas e masculinas do Circuito Brasileiro de Futevôlei - 2019. A validade de conteúdo e a reprodutibilidade foram avaliadas com os coeficientes V de Aiken e Kappa de Cohen, respectivamente. O teste qui-quadrado de independência foi aplicado para inferir sobre as tendências táticas dos sexos. O FtVi englobou as seguintes categorias: i) contexto do jogo; ii) situação de jogo; iii) resultado do rali; iv) ações do jogo. Os coeficientes V de Aiken foram maiores que 0,90. A reprodutibilidade intra e inter observador apresentou concordância quase perfeita (0,92; 0,89). A avaliação da dinâmica do jogo não apontou uma proporção significativamente maior do complexo II (m: 60,5%; h: 57,4%) do que do complexo I (m: 39,5%, h: 42,6%), p > 0,05. A duração média dos ralis foi próxima a três trocas de quadra para ambos os sexos. As técnicas mais frequentes foram diferentes entre os sexos e todas relacionadas à parte superior do corpo (mulheres - cabeça: 29,7%, ombro: 23,0%; homens - tórax: 30,3%, cabeça: 24,8%). FtVi apoiou com sucesso a coleta de evidências sobre as táticas do futevôlei, o que pode ajudar na prática dos treinadores. A ausência do uso das mãos-braços nas técnicas do futevôlei pode contribuir tanto para ralis mais longos, uma vez que os ataques abruptos são limitados, quanto, contra intuitivamente, para uma maior ênfase na parte superior do corpo do que nas técnicas de pé