Resumo

A goleira de handebol detém uma série de particularidades quando comparada às demais posições. Mesmo chamando atenção por exercer funções defensivas, sua participação no ataque pode ter elevada importância. Este estudo objetivou descrever a percepção de treinadores de equipes femininas de handebol da categoria cadete (sub-16) sobre a função da goleira, identificando suas preferências quanto ao treinamento, especificidades da posição e sua concepção sobre a goleira na fase ofensiva de jogo. A amostra foi composta por cinco treinadores da maior liga do estado de São Paulo. O método se baseou em uma pesquisa qualitativa, sendo utilizadas entrevistas estruturadas com seis perguntas. Os dados obtidos foram tabulados e analisados de acordo com o método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Os treinadores evidenciaram a importância da goleira na fase ofensiva, destacando seu papel na reposição de bola rápida e na ligação de contra-ataques, e a possibilidade de exercer a função de goleira-linha. Também foi evidenciada a necessidade de desenvolver confiança e uma boa comunicação e sintonia entre a goleira e as jogadoras de linha. Parte dos treinadores destacou que uma goleira que contribui com qualidade à fase ofensiva pode ser um diferencial em jogos decisivos. Ademais, alguns treinadores destacaram a importância do treinamento específico para as goleiras, sendo o treino pautado em situações de jogo uma possibilidade interessante para o desenvolvimento de aspectos psicológicos, dos conhecimentos sobre as regras, da capacidade de tomada de decisão e das capacidades físicas, além de trabalhar a interação entre a goleira e as demais companheiras. Conclui-se que a goleira é uma peça fundamental para uma equipe, não só na defesa, como no ataque. Portanto, torna-se necessário um processo de treinamento que a prepare para também desempenhar funções ofensivas.

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