Resumo

O objetivo dessa pesquisa foi investigar a interferência do treinamento esportivo e de fatores psicossociais na formação de atletas talentosas do futebol feminino. Foram entrevistadas 29 atletas da equipe vencedora da Copa Libertadores da América no ano de 2009, com idades entre 16 e 32 anos. Foi realizada uma pesquisa qualitativa composta de sete perguntas semiestruturadas. Os dados foram analisados a partir do “Discurso do Sujeito Coletivo”. Verificou-se que: a) as meninas iniciaram a prática do futebol feminino “na rua” (51,7%); b) o destaque na modalidade veio com o tempo para 65,5% das entrevistadas; c) 48% das meninas afirmaram que o treinamento não era planejado; d) o interesse no futebol e o amor pelo esporte foram os principais motivadores da prática (58,6%); e) 93,1% das meninas relataram receber apoio da família; f) 79,3% julgam possuir remuneração adequada no momento atual da carreira, contudo, 58,6% jogaram na idade adulta sem receber apoio financeiro e os pais financiavam a prática (55,2%); g) os professores da iniciação foram citados como os mais importantes (55,2%). De modo geral, conclui-se que a formação de algumas das principais jogadoras de futebol do Brasil e do mundo não ocorre de modo sistematizado (treinamento formal) e é dependente do apoio familiar e da possibilidade de jogar em locais públicos com meninos (irmãos, primos, amigos, etc.).

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