Desenvolvimento de atletas talentosas do futebol feminino
Por Rodrigo Schmidt (Autor), Marcelo Massa (Autor), Carla Nascimento Luguetti (Autor), Maria Tereza Silveira Böhme (Autor), Carlos Bandeira Mello Monteiro (Autor), Alessandro H. Nicolai Ré (Autor).
Em Rbff - Revista Brasileira de Futsal e Futebol v. 14, n 58, 2022.
Resumo
O objetivo dessa pesquisa foi investigar a interferência do treinamento esportivo e de fatores psicossociais na formação de atletas talentosas do futebol feminino. Foram entrevistadas 29 atletas da equipe vencedora da Copa Libertadores da América no ano de 2009, com idades entre 16 e 32 anos. Foi realizada uma pesquisa qualitativa composta de sete perguntas semiestruturadas. Os dados foram analisados a partir do “Discurso do Sujeito Coletivo”. Verificou-se que: a) as meninas iniciaram a prática do futebol feminino “na rua” (51,7%); b) o destaque na modalidade veio com o tempo para 65,5% das entrevistadas; c) 48% das meninas afirmaram que o treinamento não era planejado; d) o interesse no futebol e o amor pelo esporte foram os principais motivadores da prática (58,6%); e) 93,1% das meninas relataram receber apoio da família; f) 79,3% julgam possuir remuneração adequada no momento atual da carreira, contudo, 58,6% jogaram na idade adulta sem receber apoio financeiro e os pais financiavam a prática (55,2%); g) os professores da iniciação foram citados como os mais importantes (55,2%). De modo geral, conclui-se que a formação de algumas das principais jogadoras de futebol do Brasil e do mundo não ocorre de modo sistematizado (treinamento formal) e é dependente do apoio familiar e da possibilidade de jogar em locais públicos com meninos (irmãos, primos, amigos, etc.).