Resumo
A lei nº 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e ficou conhecida como “Novo Ensino Médio”. Além de mudanças na estrutura e grade horária, flexibilizou o currículo, inserindo os itinerários formativos. As escolas públicas estaduais de São Paulo iniciaram a implementação no ano de 2021, em plena pandemia do covid-19. Tem havido falta de orientação e de clareza por parte da Secretaria Estadual de Educação e das escolas de como os professores devem trabalhar e desenvolver, especialmente, os itinerários formativos. Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar os processos de ensino na Educação Física desenvolvidos nas aulas de atuação da professora-pesquisadora no Novo Ensino Médio, inseridas nos itinerários formativos da área de Linguagens e suas Tecnologias. Do ponto de vista metodológico, o estudo se caracteriza enquanto qualitativo, através da pesquisa de intervenção pedagógica, realizada no 1º semestre letivo de 2022, com estudantes das 2ª séries do Novo Ensino Médio matriculados no itinerário formativo “#SeLiganaMidia”, Componente 3: Jornalismo e inclusão nos esportes: práticas e experimentações. A coleta de dados foi realizada por meio dos diários de aulas elaborados pela professora-pesquisadora. A análise dos dados se deu através da elaboração de categorias a partir de leituras e identificações de aspectos centrais para a pesquisa dos relatórios elaborados, a saber: Engajamento e impressões da docente durante o processo de desenvolvimento do Itinerário Formativo, a qual apresentou as angústias e incertezas da professora-pesquisadora durante as aulas do IF; Estruturação e desenvolvimento do Itinerário Formativo a partir do MAPPA, indicou como a professora-pesquisadora utilizou e adaptou o material disponibilizado pela Secretaria da Educação de SP e; Aspectos positivos e negativos do Novo Ensino Médio e do Itinerário Formativo, abordou as reflexões da professora-pesquisadora sobre o NEM de maneira geral e, especificamente, o NEM na rede pública do estado de SP. As considerações finais apontaram que o NEM apresenta diversos problemas, desde estruturais até socioeducacionais, com mais pontos negativos do que positivos. Além do mais, o estado de São Paulo, ao iniciar a implementação do NEM antes do prazo final definido pelo MEC, gerou muitas dúvidas e inseguranças tanto nos alunos como nos professores, principalmente com relação aos IF.
