Resumo

Métodos antropométricos permitem a mensuração da gordura corporal (GC) em adolescentes de forma prática. Contudo, existe necessidade de ampliar o conhecimento científico especialmente sobre as equações existentes, verificar a validade e, caso necessário, desenvolver modelos válidos, especialmente para adolescentes brasileiros. Essa tese está composta no formato de cinco artigos sobre este tema. Artigo de Revisão: O objetivo foi mapear equações antropométricas para predição do tecido adiposo, gordura ou densidade corporal em crianças e adolescentes de 5 a 19 anos, usando técnicas in vitro ou in vivo como métodos referência e analisar os aspectos metodológicos de equações utilizando dobras cutâneas. Foi realizada uma revisão de escopo, com buscas em oito bases de dados. Foram incluídas 78 publicações, totalizando 593 equações, de 22 países e de todos os continentes. A absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA) foi o método de referência mais utilizado e as medidas antropométricas mais frequentes nas equações foram as dobras cutâneas do tríceps e subescapular. Muitos aspectos metodológicos foram negligenciados, podendo causar viés nas equações. Metodologia Geral: O estudo foi de característica transversal, realizado com 420 adolescentes, 216 meninos (16,9 ± 1,1 anos) e 204 meninas (16,5 ± 1,0 anos) aparentemente saudáveis. Foram coletadas 45 medidas antropométricas: quatro medidas básicas, nove dobras cutâneas, quinze perímetros, oito comprimentos e alturas e nove diâmetros, de acordo com a metodologia da International Society for the Advancement for Kinanthropometry. A composição corporal foi mensurada pela DXA como método de referência, utilizando as medidas de massa de gordura (MG) kg e %GC para análise. Artigo original 1: O objetivo foi verificar a relação de medidas antropométricas com a MG e %GC medida por DXA em meninos e meninas adolescentes. Foi realizado o teste de correlação de Pearson para verificar a relação entre as medidas de MG e %GC com as medidas antropométricas, separadamente por sexo. A MG apresenta correlações mais fortes com medidas antropométricas em comparação com o %GC. Nas meninas, os perímetros apresentam correlações mais fortes com a GC, enquanto para os meninos são as DC. Artigo original 2: O objetivo foi verificar a validade de equações antropométricas para predição da MG e %GC em adolescentes, utilizando a DXA como método de referência. Na validação das equações preditivas, foi definido que devem ser atendidos os três critérios estabelecidos. Nenhuma equação atendeu os três critérios de validação. As equações apresentaram erros clinicamente significantes para predição da GC em adolescentes, o que reforça a necessidade de estudos para o desenvolvimento de equações válidas para adolescentes. Artigo Original 3 (meninos) e 4 (meninas): Os objetivos foram desenvolver modelos antropométricos para predição da MG e %GC em adolescentes do sexo masculino e feminino, utilizando a DXA como método de referência. A partir de 45 medidas antropométricas, foram selecionadas as que apresentaram correlação ≥ 0,5 com a MG e %GC. Utilizaram-se técnicas estatísticas de regressão linear múltipla. Foram desenvolvidas diversas equações, que atenderam às hipóteses estatísticas estabelecidas. As equações atendem aos critérios de validade e mostram ser alternativas simples para mensuração da GC de adolescentes.


 

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