Resumo
Este estudo teve dois objetivos principais: Primeiro - desenvolver e validar equações generalizadas para a estimativa da densidade corporal (D) em mulheres e homens, entre 18 e 66 anos de idade, usando diversas medidas antropométricas e peso hidrostático; segundo - verificar a validade de equações generalizadas e específicas de outros investigadores para a estimativa da densidade corporal na amostra estudada. Para tanto, participaram do estudo 672 sujeitos, sendo 281 mulheres, entre 18 e 51 anos (x- =27,46 ± 7,58 anos), e 391 homens, entre 18 e 66 anos de idade (x = 30,17 ± 9,78 anos). A técnica de regressão múltipla, Stepwise com a seleção Forward, foi usada no desenvolvimento equações para a estimativa da D na amostra de estudo. Para as análises de validação e validação cruzada, determinaram-se os seguintes cálculos: média e desvio padrão, coeficiente de correlação linear de Pearson, teste t pareado, erro constante (EC), erro total (ET) e erro padrão de estimativa (EPE). Foram propostas 16 equações generalizadas preditivas da D, para cada sexo. As correlações múltiplas (R) das equações para mulheres variaram de 0,827 à 0,864 com EPE de 0,0064 à 0,0070 g/ml; e para os homens de 0,871 à 0,896 com EPE de 0,0070 à 0,0076 g/ml. Para a validação das equações, foi utilizada uma amostra de 68 mulheres e 87 homens. As correlações (r) entre a densidade mensurada (Dm) e a densidade estimada (De), através das equações desenvolvidas para as mulheres, ficaram entre 0,705 e 0,779; os Ets e EPEs médios encontrados foram iguais ou menores a 0,0074 e 0,0072 g/ml, respectivamente. Já, para os homens, as correlações ficaram entre 0,732 e 0,880. Os Ets e EPEs médios foram iguais ou menores que 0,0085 g/ml, para ambos, respectivamente. Os resultados deste estudo sugerem as seguintes conclusões: 1) As equações desenvolvidas são válidas para a estimativa da D em mulheres e homens adultos, heterogêneos em termos de idade e composição corporal; 2) As equações que usam a soma e o quadrado da soma de quatro dobras cutâneas (subescapular, tricipital, supra-ilíaca e panturrilha medial), equação n° F9 para as mulheres e equação n° M7 para os homens, têm as vantagens de praticabilidade e simplicidade para o estudo de grandes grupos populacionais; 3) para as mulheres, as equações generalizadas (quadrática e logarítmica) de JACKSON et al (1980), que usam a soma de sete DCs e a equação específica de KATCH e McARDLE (1973), que utiliza a dobra cutânea subescapular e a circunferência da coxa, são as equações que possuem validade concorrente para estimativa da D em mulheres das regiões central do RS e litorânea de SC. Já, para os homens, são as equações generalizadas (n° 2 e 6), que usam a soma e o quadrado da sete dobras cutâneas (DCs) e as circunferências do antebraço e do abdômen, e a de três DCs, de JACKSON e POLLOCK (1978), bem como as específicas (equações de n° 24 à 28) de GUEDES (1985) e a de SLOAN (1967). E, finalmente, foram as equações generalizadas, que se mostraram mais acuradas que as específicas, na estimativa de valores da D, na amostra do presente estudo.