Desigualdades de Gênero, Raça/Cor da Pele e Socioeconômicas na prática de atividade física medida por acelerometria e autorrelato na vida adulta: Evidências da Coorte de Nascimentos de 1993 de Pelotas (Brasil).
Por Giulia Salaberry Leite (Autor), Otavio Amaral de Andrade Leão (Autor), Bruna Gonçalves C. da Silva (Autor), Alan Knuth, Inácio Crochemore-Silva (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A prática de atividade física (AF) apresenta desigualdades relacionadas a marcadores sociais, como gênero, raça/cor da pele e nível socioeconômico. Durante a vida adulta, observa-se queda nos níveis de AF. OBJETIVO:Analisar desigualdades na prática de AF segundo gênero, raça/cor da pele e nível socioeconômico entre 18 e 22 anos na Coorte de Nascimentos de 1993 de Pelotas (Brasil), considerando acelerometria e AF no lazer. Também, explorar interseções entre marcadores sociais por meio de um índice de injustiça social.MÉTODOS:A AF foi avaliada aos 18 e 22 anos por acelerômetros (AFMV, min/semana) e questionário de AF no lazer (min/semana; prevalência ≥150 min/semana). As desigualdades unidimensionais foram estimadas por medidas de diferença e razão, além do Índice de Inclinação da Desigualdade e do Índice de Concentração. O Índice de Injustiça Social combinou gênero, raça/cor da pele e nível socioeconômico para avaliar desvantagens acumuladas.RESULTADOS: Entre 18 e 22 anos, a AFMV reduziu de 265,9 para 147,0 min/semana, e a AF no lazer, de 203,8 para 152,2 min/semana. A prevalência de cumprimento das recomendações caiu de 41,2% para 31,2%. Houve redução das desigualdades absolutas, principalmente por maiores quedas entre grupos inicialmente mais ativos. Homens permaneceram mais ativos do que mulheres, e pretos e pardos apresentaram maior AFMV que brancos. A AFMV foi mais elevada nos grupos de menor nível socioeconômico, mas a desigualdade relativa aumentou. Por outro lado, a AF no lazer foi mais frequente em grupos de maior nível socioeconômico, com ampliação das desigualdades. A análise interseccional mostrou redução de desigualdades absolutas e relativas entre grupos privilegiados e desfavorecidos.CONCLUSÃO:O declínio da AF em todos os grupos evidencia a importância de múltiplas abordagens de mensuração. As desigualdades persistentes reforçam a urgência de políticas que enfrentem barreiras estruturais e ampliem o acesso equitativo à prática de AF.