Resumo

Os baixos níveis de atividade física e a obesidade entre a população adolescente têm requerido estratégias urgentes em saúde pública, pois são potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo deste estudo foi comparar os indicadores antropométricos de obesidade em adolescentes considerando diferentes formas de deslocamento para a escola. Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, de delineamento transversal, conduzida em 818 adolescentes (375 rapazes e 443 moças) com média de idade de 16,3±1,0 anos, estudantes do ensino médio em escolas públicas estaduais do município de São José-SC, Brasil. Os adolescentes informaram, por meio de questionário autoadministrado, como normalmente se deslocavam para a escola (a pé – considerado como deslocamento ativo –, por meio de carro/moto ou ônibus – analisado como deslocamento passivo). Foram aferidas as medidas de massa corporal e estatura (para cálculo do IMC), perímetro da cintura e dobras cutâneas das regiões do tríceps e subescapular (considerando-se o somatório das duas dobras). Empregou-se o teste Kruskal-Wallis para comparar os indicadores antropométricos de obesidade entre os tipos de deslocamento realizados no percurso da residência para a escola. Os resultados apontaram que os adolescentes que se deslocavam ativamente para a escola apresentaram menores medidas de perímetro da cintura (p= 0,034). Entre os sexos, menores medidas do somatório de dobras cutâneas e perímetro da cintura foram observadas, respectivamente, entre rapazes (p= 0,043) e moças (p= 0,009) que se deslocavam de maneira ativa para a escola. Conclui-se que, nos adolescentes investigados, uma composição corporal mais saudável foi observada entre aqueles que se deslocavam de maneira ativa da residência para a escola, o que reforça a importância do deslocamento ativo como um comportamento a ser considerado pelos escolares como forma de melhorar seus níveis de atividade física bem como seus indicadores antropométricos.

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