Deslocamento Ativo Para a Escola e Indicadores Antropométricos de Obesidade em Adolescentes
Por André de Araújo Pinto (Autor), Gaia Salvador Claumann (Autor), Juliana Araujo Klen (Autor), Gabriela Marquez (Autor), Diego Augusto Santos Silva (Autor), Andreia Pelegrini (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 27, n 1, 2019.
Resumo
Os baixos níveis de atividade física e a obesidade entre a população adolescente têm requerido estratégias urgentes em saúde pública, pois são potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo deste estudo foi comparar os indicadores antropométricos de obesidade em adolescentes considerando diferentes formas de deslocamento para a escola. Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, de delineamento transversal, conduzida em 818 adolescentes (375 rapazes e 443 moças) com média de idade de 16,3±1,0 anos, estudantes do ensino médio em escolas públicas estaduais do município de São José-SC, Brasil. Os adolescentes informaram, por meio de questionário autoadministrado, como normalmente se deslocavam para a escola (a pé – considerado como deslocamento ativo –, por meio de carro/moto ou ônibus – analisado como deslocamento passivo). Foram aferidas as medidas de massa corporal e estatura (para cálculo do IMC), perímetro da cintura e dobras cutâneas das regiões do tríceps e subescapular (considerando-se o somatório das duas dobras). Empregou-se o teste Kruskal-Wallis para comparar os indicadores antropométricos de obesidade entre os tipos de deslocamento realizados no percurso da residência para a escola. Os resultados apontaram que os adolescentes que se deslocavam ativamente para a escola apresentaram menores medidas de perímetro da cintura (p= 0,034). Entre os sexos, menores medidas do somatório de dobras cutâneas e perímetro da cintura foram observadas, respectivamente, entre rapazes (p= 0,043) e moças (p= 0,009) que se deslocavam de maneira ativa para a escola. Conclui-se que, nos adolescentes investigados, uma composição corporal mais saudável foi observada entre aqueles que se deslocavam de maneira ativa da residência para a escola, o que reforça a importância do deslocamento ativo como um comportamento a ser considerado pelos escolares como forma de melhorar seus níveis de atividade física bem como seus indicadores antropométricos.