Resumo
Os benefícios para a saúde devido à utilização regu lar da bicicleta no deslocamento ao trabalho e lazer, são evidentes. O principal benefício individual é que enquanto se desloca de bicicleta pela cidade o cidadão exerce uma atividade física que faz bem a sua saúde, proporcionado bem estar físico e psicológico. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo avaliar a efetividade de uma intervenção e ducativa para promoção do uso da bicicleta no deslocamento para o trabalho. As análises foram realizadas utilizando-se o banco de dados do projeto “Deslocamento ativo dos trabalhadores, com uso da bicicleta, na indústria”, o estudo foi realizado pelo SESI/SC e, financiado pelo SESI/SC/DN e CNPq, por meio do Edital SENAI/SESI de Inovação 2010.A amostra foi constituída de 932 trabalhadores , de uma empresa metal mecânica, situada no município de Joinville e m Santa Catarina, Brasil. Foram sorteados aleatoriamente 464 indivídu os para compor o
grupo intervenção (GI) e 468 para compor o grupo controle (GC).Os grupos intervenção e controle foram constituídos de trabalhadores que usavam e não usavam a bicicleta no deslocamento ao
trabalho. Estes trabalhadores foram alocados aleatoriamente nos gru pos intervenção e controle. O grupo de intervenção participou de 23 encontros durante 6 meses. A intervenção consistiu em estratégias basea das no Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento (MTMC). A intervenção constou de atividades educativas experienciais e lú dicas (palestras,vídeos, jogos). Osinstrumentos de pesquisa foram compostos de questionário e protocolos validados. Foram coletados dados de variáveis sociodemográficas, comportamentais e antropométricas. As informações
coletadas foram digitalizadas a partir da leitura ótica dos questionários(SoftwareSPHYNX). As análises estatísticas foram realizadas no programa estatístico Stata 11.0 ( Stata Corporation, College Station,Texas, USA). Foi utilizada a estatística descritiva, regressão logística, Qui-quadrado e McNemar com nível de confiança de 95%. Do total de 932 trabalhadores do início do estudo a perda amostral foi de 6,2%,totalizando 876 sujeitos ao final do estudo. A prevalência de uso da bicicleta no deslocamento ao trabalho foi de 44,1%. O uso da bicicleta foi associado com baixa renda e nível de escolarida de, assim como, com a distância da residência até o trabalho menor ou igual a 5 km e posse de bicicleta. Em relação à efetividade da intervenção educativa observou-se que não foram encontradas diferenças significativas entre os trabalhadores que utilizavam a bicicleta antes (p =0,49) e depois da intervenção (p = 0,10) entre os grupos controle e i ntervenção. Foi
observada diferença significativa pré e pós-intervenção (45,3% vs47,5% p = 0,04) para o grupo intervenção com aumento de (2,2%) no uso da bicicleta. Conclusão: Nossos resultados evidenciaram que a intervenção para promoção do uso da bicicleta baseada no modelo transteórico foi considerada uma boa estratégia metodológica para aumentar o uso da bicicleta no deslocamento ao trabalho. Sugerimos levar em consideração estes achados em outros estudos para melhor compreender o papel da intervenção educativa sobre o deslocamento ativo de bicicleta.