Desmanicomializando a loucura (também) no futebol
Resumo
Dia 18 de maio é o dia da luta antimanicomial. Dia no qual, em linhas gerais, enfatizam-se esforços para sustentar a substituição da psiquiatria tradicional – centrada nos hospitais psiquiátricos -, por uma atenção psicossocial que priorize “dispositivos diversificados, abertos, de natureza comunitária ou territorial” (TENÓRIO, 2002). Isso, dito de outra forma seria uma lógica de saúde mental que contemple diversos modos de existir e de viver, que não puna e leve à cronificação aqueles sujeitos que não se adequam ao hegemonicamente tido como “correto” – em termos de comportamentos e práticas, mas não só -, e que sofrem. O movimento de repensar e encontrar alternativas à lógica psiquiátrica-manicomial, também afasta da centralidade os manuais diagnósticos que “enquadram”, recortam subjetividades a serem identificadas, contidas, desautorizadas por destoarem daquilo que conjuntamente vai sendo construído como “normal”. Nas políticas de saúde baseadas na conformidade dessa “normalidade”, prender é condição e sinônimo de cuidado. Um “cuidado” que aliena o sujeito de decisões sobre a sua vida, muitas vezes, sob a justificativa de que ele não dá conta, de que ele não entende sobre si e de que será melhor para ele a internação e a terceirização da vida. “Cuidado” que interrompe e interdita pessoas com base em diagnósticos, pelo incômodo de outros e não do próprio sujeito – às vezes por mais e às vezes por muito menos que isso.