Resumo

O presente estudo foi delineado para avaliar os efeitos imediatos e tardios da restrição protéica durante a vida fetal e neonatal sobre a ação periférica da insulina em ratos. Ratas grávidas da linhagem Wistar foram alimentadas, durante a gravidez e a lactação, com dietas isocalóricas hipoprotéica (6% de proteína) e normoprotéica (17% de proteína), servidas à vontade. As crias foram desmamadas aos 21 dias e os machos foram separados e alimentados com dieta contendo 17% de proteína até a idade adulta (90 dias). As avalia- ções ocorreram ao desmame (21 dias) e aos 90 dias. Ao desmame, os animais hipoprotéicos apresentaram peso corporal, teores séricos de glicose e de insulina, significativamente menores em relação aos normoprotéicos. Os valores de Kitt (taxa de remoção de glicose) foram significantemente superiores nos animais hipoprotéicos em relação aos normoprotéicos. A captação e oxidação de glicose pelo músculo sóleo isolado não foram diferentes entre os animais dos dois grupos. Na idade adulta, os teores séricos de glicose, insulina, proteínas, albumina e ácidos graxos livres, os lipídios do fígado em condições basais e os valores de Kitt foram semelhantes nos animais de ambos os grupos, assim como a captação e a oxidação muscular de glicose pelo músculo sóleo isolado. Por outro lado, quando submetidos aos estresses de jejum de 48 horas e de exercício agudo, os animais hipo/normoprotéicos reduziram a captação e oxidação de glicose, fato este não observado entre os normoprotéicos. Esses resultados sugerem que o metabolismo glicídico esteja restabelecido após a realimentação na ausência de fatores estressantes. Contudo, a incapacidade em responder adequadamente a diferentes estresses pode levar à intolerância à glicose. UNITERMOS: Desnutrição protéica; Recuperação nutricional; Insulina; Glicose; Músculo esquelético.

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