Resumo
Este estudo teve por objetivo resgatar e discutir a estruturação do desporto para o portador de deficiência no Brasil. Procuramos resgatar na literatura as razões deste movimento, hoje internacionalmente conhecido, e, para tanto trilhamos, desde o surgimento destes movimentos no exterior, às iniciativas desta prática no Brasil, até a realidade atual. Recorremos a revisão de literatura no campo do desporto adaptado, entrevistas com as pessoas que representam os órgãos de governo nesta área assim como com os dirigentes das associações nacionais de Desporto Adaptado e com um grupo de pessoas praticantes deste desporto. Considerações especiais foram dadas às ações implementadas por parte dos Governos, no sentido de estabelecerem atendimento a esta população. Procuramos identificar o surgimento das primeiras ações e acompanhar esta estruturação com base na legislação e realizações neste campo e, paralelamente, acompanhar o movimento das Pessoas Portadoras de Deficiência nessa área. Através de um levantamento das ações implementadas que vieram contribuir para a organização das associações nacionais de dirigentes do desporto para o portador de deficiência física no Brasil, procuramos verificar a realidade desta prática, ouvindo o praticante deste esporte. Concentramos nossas atenções no período de 1984 a 1996, por considerar que este período pode ser compreendido como o do surgimento das primeiras ações que foram possibilitando a discussão da institucionalização. Essa só ocorreu em 1990, com a criação da Secretaria de Desporto da Presidência da República e com as propostas subseqüentes nesta área, que vieram estabelecer uma política do governo, assim como a organização das associações. Percebemos que muitos esforços foram implementados neste movimento, no decorrer deste período, tanto por parte dos Governos como pelas Pessoas Portadoras de Deficiência, através das associações ou dos clubes, que procuraram nesta prática a reabilitação e a integração, o motivo para a discussão dos problemas que envolvem as pessoas portadoras de deficiência, de uma maneira geral, bem como os benefícios que esta prática pode lhes trazer. Percebemos também que as propostas dos Governos, seja através das realizações ou da política adotada até então, assim como a estruturação das associações dirigentes do desporto para o Portador de Deficiência, não pode ser traduzida em auto suficiência, para que esta prática seja entendida como de direito e estar ao alcance do portador de deficiência no Brasil. As estruturações destes dois segmentos, no decorrer deste período, caminharam no sentido de buscar adequação administrativa e técnica para atender a um pequeno grupo de atletas que tem representado o País nos Jogos Internacionais, e o governo não têm tido uma preocupação maior onde pode estar presente o desenvolvimento e acessibilidade desta prática à maioria das Pessoas Portadoras de Deficiências que buscam esta prática. Esta prática tem ocorrido mais pelo empenho dos atletas e por trabalhos voluntários desenvolvidos por iniciativas variadas, do que pela ingerência dos órgãos que se intitulam responsáveis por este segmento a nível nacional