Resumo

Períodos de destreinamento podem ocasionar a perda parcial ou completa das respostas adaptativas resultantes da prática de programas de treinamento resistido (TR), o que pode ser prejudicial, especialmente para indivíduos idosos. OBJETIVO: Analisar os efeitos do destreinamento após a execução prévia de um programa de TR, realizado com diferentes ordens de exercícios (OE) sobre a capacidade funcional de mulheres idosas. MÉTODOS: Vinte e três mulheres idosas (61,6 ± 6,7 anos; 74,2 ± 12,6 kg; 156,2 ± 5,9 cm) foram divididas aleatoriamente em um dos dois grupos: um grupo que realizou os exercícios na ordem multiarticulares a monoarticulares (Multi-Mono, n = 10) e um grupo que realizou os exercícios na ordem monoarticular a multiarticular (Mono-Multi, n = 13). Ambos os grupos foram submetidos ao mesmo programa de TR (sete exercícios, três séries de 10-15 repetições máximas, duas vezes por semana, 16 semanas). Após o programa de TR, as participantes foram destreinadas por 16 semanas. Testes de capacidade funcional (flexão de cotovelo em 30 s, levantar-se e sentar-se na cadeira em 30 s, caminhada de 10 m, levantar-se e locomover-se pela casa) foram realizados nos momentos pré, pós-treinamento e destreinamento. RESULTADOS: Após o período de treinamento, ambos os grupos melhoraram a capacidade funcional na maioria dos testes (flexão de cotovelo em 30 s: +37 a 39%; levantar-se e sentar-se na cadeira em 30 s: +7 a 14%; levantar-se e locomover-se pela casa: -7 a 11%), sem diferença entre as OE. Não houve melhoria no desempenho do teste de caminhada de 10 m após o treinamento pera nenhum dos grupos (p = 1.00). Todavia, após o período de destreinamento, todos os testes de capacidade funcional sofreram alterações significantes, sem diferenças entre as OE (flexão de cotovelo em 30 s: -15 a 16%; levantar-se e sentar-se na cadeira em 30 s: -19 a 20%; levantar-se e locomover-se pela casa: -19 a 20%; caminhada de 10m: -3 a 11%). CONCLUSÃO: Concluímos que um período de destreinamento pode comprometer os ganhos sobre a capacidade funcional em mulheres idosas submetidas, previamente, a um programa de TR, independentemente da OE dos exercícios com pesos.

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