Determinação da Frequência de Amostragem Mínima Para Quantificação da Fase de Apoio no Corrida - Um Estudo de Caso
Por Vanessa Raquel Metz (Autor), Rodrigo Maciel Andrade (Autor), Alberto Carlos Amadio (Autor), Júlio Cerca Serrão (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Cientistas e profissionais do treinamento físico tem examinado variáveis como a fase de apoio (FA) no corrida, na tentativa de entender as qualidades subjacentes que contribuem para o desempenho. No entanto, para a utilização dessas medições, a acurácia da medida é fundamental, acurácia esta que pode ser influenciada pela frequência de amostragem utilizada no instante de testagem. Uma frequência de amostragem baixa fere o teorema da amostragem de Nyquist-Shannon, que diz que um sinal analógico amostrado pode ser perfeitamente recuperado se a taxa de amostragem for pelo menos duas vezes maior do que a maior frequência de amostragem do sinal original. No entanto, uma elevada frequência de amostragem requer arquivos de dados maiores, mais espaço de armazenamento em disco e tempo de processamento. Como resultado, há inconsistência na literatura quanto à frequência de amostragem mínima a ser utilizada durante a medição do tempo de contato na corrida para que as medidas apresentem acurácia. Portanto, a determinação do efeito da frequência de amostragem e a frequência de amostragem mínima utilizada para esta forma de análise é importante para informar cientistas e profissionais do treinamento físico. Objetivo: Examinar a acurácia de diferentes frequências de amostragem sobre tempo de contato determinado durante a corrida. Métodos: Um indivíduo saudável correu em esteira rolante em duas velocidade distintas (), condição em que foram registrados os dados de força de reação do solo (FRS) a uma taxa de aquisição de 1000Hz. Foi considerado como início da FA o instante em que a FRS apresentou valor maior do que 5% do peso do avaliado, e o final da FA o instante em que a FRS apresentou valor menor do que 5% do peso do avaliado. Estatística: Após checado a aderência a curva normal e a homocedasticidade, os dados foram submetidos a análise descritiva (média) e submetidos a análise de variância (ANOVA) e post-hoc de Tukey. O coeficiente de correlação de Pearson (r), erro constante (EC), erro total absoluto (ETabs) e relativo (ETrel), e tamanho de efeito [TE (d de Cohen)] foram calculados. Nível de significância foi previamente estabelecido em 5%. Os valores obtidos a 1000Hz foram considerados como valor referência. Resultados: A 500Hz foram encontradas diferenças não significantes (p<0,05), reduzidos erros, elevado r, e TE pequeno. Diferenças significantes (p<0,05) foram encontradas a 240, 120 e 60Hz. No entanto, a 240 foram encontrados reduzidos erros, elevado r, e TE pequeno, enquanto que a 120 e 60Hz os erros apresentaram maior magnitude, baixos coeficientes de correlação e tamanho de efeito classificados como muito grande. Conclusão: Apesar de diferenças significantes (p<0,05) terem sido encontradas a 240Hz, parâmetros estatísticos de comparação e associação demonstraram que frequências de amostragem superiores a 240Hz se mostraram válidas para a quantificação da FA durante a corrida, em indivíduos saudáveis.