Resumo

Introdução: Cientistas e profissionais do treinamento físico tem examinado variáveis como a fase de apoio (FA) no corrida, na tentativa de entender as qualidades subjacentes que contribuem para o desempenho. No entanto, para a utilização dessas medições, a acurácia da medida é fundamental, acurácia esta que pode ser influenciada pela frequência de amostragem utilizada no instante de testagem. Uma frequência de amostragem baixa fere o teorema da amostragem de Nyquist-Shannon, que diz que um sinal analógico amostrado pode ser perfeitamente recuperado se a taxa de amostragem for pelo menos duas vezes maior do que a maior frequência de amostragem do sinal original. No entanto, uma elevada frequência de amostragem requer arquivos de dados maiores, mais espaço de armazenamento em disco e tempo de processamento. Como resultado, há inconsistência na literatura quanto à frequência de amostragem mínima a ser utilizada durante a medição do tempo de contato na corrida para que as medidas apresentem acurácia. Portanto, a determinação do efeito da frequência de amostragem e a frequência de amostragem mínima utilizada para esta forma de análise é importante para informar cientistas e profissionais do treinamento físico. Objetivo: Examinar a acurácia de diferentes frequências de amostragem sobre tempo de contato determinado durante a corrida. Métodos: Um indivíduo saudável correu em esteira rolante em duas velocidade distintas (), condição em que foram registrados os dados de força de reação do solo (FRS) a uma taxa de aquisição de 1000Hz. Foi considerado como início da FA o instante em que a FRS apresentou valor maior do que 5% do peso do avaliado, e o final da FA o instante em que a FRS apresentou valor menor do que 5% do peso do avaliado. Estatística: Após checado a aderência a curva normal e a homocedasticidade, os dados foram submetidos a análise descritiva (média) e submetidos a análise de variância (ANOVA) e post-hoc de Tukey. O coeficiente de correlação de Pearson (r), erro constante (EC), erro total absoluto (ETabs) e relativo (ETrel), e tamanho de efeito [TE (d de Cohen)] foram calculados. Nível de significância foi previamente estabelecido em 5%. Os valores obtidos a 1000Hz foram considerados como valor referência. Resultados: A 500Hz foram encontradas diferenças não significantes (p<0,05), reduzidos erros, elevado r, e TE pequeno. Diferenças significantes (p<0,05) foram encontradas a 240, 120 e 60Hz. No entanto, a 240 foram encontrados reduzidos erros, elevado r, e TE pequeno, enquanto que a 120 e 60Hz os erros apresentaram maior magnitude, baixos coeficientes de  correlação e tamanho de efeito classificados como muito grande. Conclusão: Apesar de diferenças significantes (p<0,05) terem sido encontradas a 240Hz, parâmetros estatísticos de comparação e associação demonstraram que frequências de amostragem superiores a 240Hz se mostraram válidas para a quantificação da FA durante a corrida, em indivíduos saudáveis.

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