Resumo
Os objetivos deste estudo foram avaliar a ocorrência de lesões durante a temporada de 2013, comparar as variáveis isocinéticas das avaliações pré com as do término do campeonato, diferenciar os jogadores que apresentaram lesões com aqueles que não apresentaram e comparar as variáveis isocinéticas de jogadores titulares com jogadores reservas. Dezenove jogadores foram acompanhados durante a temporada. O equipamento usado foi um dinamômetro isocinético e o modo de contração escolhido para os músculos do joelho,quadríceps e isquiotibiais, bilateralmente, foi o concêntrico. As variáveis isocinéticas utilizadas para análise de extensão-flexão do joelho foram: pico de torque (Nm), trabalho total (J) e potência média (W), normalizadas pelo peso corporal, além do ângulo de pico de torque (graus), razão agonista/antagonista (%), déficit bilateral (%), tempo de aceleração e duração da fase de isocinetismo (s), testadas nas velocidades angulares de 60º/s, 120 º/s e 300 º/s. Mapas de superfície tridimensionais foram realizados para análise qualitativa complementar. As comparações foram feitas por meio de testes t dependentes e independentes, Mann-Whitney e Wilcoxon. As lesões com maior incidência foram as distensões de isquiotibiais, representando 25% do total de lesões e 50% do total de lesões musculares. A maioria das lesões implicou em um tempo de afastamento de 8 a 28 dias. Em relação às variáveis isocinéticas, os principais achados foram o aumento no pico de torque normalizado pelo peso corporal, trabalho total normalizado, potência média normalizada e relação agonista/antagonista na avaliação ao término do campeonato à 300º/s, na comparação geral. Entre os jogadores com e sem lesão, diferenças foram encontradas no pico de torque normalizado, trabalho total normalizado e potência média normalizada, também à 300º/s, sendo que os jogadores com lesão apresentaram valores mais altos. Os jogadores titulares se mostraram mais equilibrados muscularmente tanto na pré-temporada (a 60º/s) quanto na pós-temporada (300º/s), apesar de na segunda avaliação os jogadores reservas estarem com valores de pico de torque normalizado, trabalho total normalizado e potência média de extensores de joelho maiores que os titulares. Ainda na segunda avaliação, os titulares obtiveram um menor tempo de aceleração até a velocidade angular constante que os reservas, demonstrando maior controle neuromuscular.