Resumo

 O objetivo deste estudo foi a determinação do gasto energético em cada ação motora que o árbitro realiza durante a partida, a partir do consumo de oxigênio mensurado e um teste de VO2 (espirometria de circuito aberto) em laboratório. Nossa amostra foi composta por 10 árbitros profissionais da Federação Paranaense de Futebol (FPF) todos do sexo masculino. As variáveis de massa corporal, estatura, idade, espessura de dobras cutâneas foram coletados com a finalidade de estimar a composição corporal dos árbitros. Todos os indivíduos foram submetidos a um teste de Consumo Máximo de Oxigênio (VO2max) em um analisador metabólico (Parvo Medics) acoplado a uma esteira ergométrica (Imbramed, modelo Millenium ATL). O consumo de oxigênio foi mensurado nas seguintes velocidades: andar 1,62 m/s, trote 2,46 m/s, mesmas velocidades consideradas para os deslocamentos de costas, e corrida 3,16 m/s. Esta abordagem metodológica foi descrita por Da Silva e Rodrigues-Añez (1999). Os dados são apresentados como médias e desvio padrão, e a comparação entre o consumo de oxigênio em cada velocidade foi realizada por meio do teste de repetidas mensurações ANOVA e do teste "t" de student para amostras independentes, quando necessário. As médias do peso, altura, idade e %G de toda a amostra foram 77.5 ± 6.29kg, 1.78 ± 0.07m, 29 ± 7.85 anos, 24.07 ± e 19.92 ± 2.18%, respectivamente. A média do VO2 para a caminhada, trote e corrida (deslocamentos frontais) foram, 10.71 ± 1.25, 26.02 ± 2.43 e 31.94 ± 2.43 ml/kg/min, respectivamente (p<0.05). Já as médias da FC nestes mesmos deslocamentos foram, 132.5 ± 15.07, 143.70 ± 12.75 e 168.30 ± 11.87 batimentos/min (p<0.05). Ainda sobre estes deslocamentos, a média dos METs obtidos foram 3.06 ± 0.35, 7.43 ± 0.69, 9.13 ± 0.63, respectivamente (p<0.05). O consumo energético em kcal nestas velocidades foi de 1.80 ± 0.31, 8.44 ± 0.99, 11.42 ± 1.23 kcals, respectivamente (p<0.05). Por outro lado, o VO2 médio para a caminhada e corrida de costas foi, 19.51 ± 3.70 e 25.73 ± 6.78 ml/kg/min, respectivamente (p<0.05). Já as médias da FC, em METs e kcal foram, 131 ± 8.97, 156 ± 9.54 batimentos/min e 5.57 ± 1.03, 7.35 ± 1.94 METs, 5.55 ± 1.25 e 8.39 ± 2.29 kcal, respectivamente (p<0.05). Quando analisados de forma separada, o único deslocamento que demonstra ser uma atividade intensa é a corrida (deslocamento a 3.16 m/s). Quando comparadas as atividades de andar e trotar em deslocamentos frontais e de costas só houve diferença significativa no VO2, METs e Kcal para o andar (deslocamento de 1.62 m/s) (p=0.001 e p<0.0001, respectivamente). Desta forma, contrário a literatura existente a corrida de costas não pode ser considerada um deslocamento de alto custo energético.

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