Resumo

Este estudo teve como objetivo examinar possíveis determinantes da dinâmica funcional do jogo de Voleibol Masculino, ao nível do Complexo I, no alto rendimento competitivo. Para o estudo foram consideradas variáveis adstritas à dimensão interna do jogo, relativas às dimensões espaço, tempo, tarefa, jogador e desempenho e o nível de rendimento competitivo das equipes, determinado pela classificação na competição, em estudo. Foram analisadas 1698 seqüências ofensivas a partir do saque adversário, sendo que se reduzem para 1486 durante a recepção, 1363 na ação de levantamento e para 1344 na ação do ataque e de bloqueio, retiradas de 19 jogos entre as dez Seleções Nacionais melhores classificadas no Campeonato Mundial de Voleibol Masculino de 2006. A coleta de dados foi garantida pelo sistema de vídeo. O instrumento de observação utilizado foi testado, obedecendo aos critérios de validação de construção e de conteúdo. A análise de dados comportou a estatística descritiva, pela obtenção de freqüências e percentagens, e a estatística inferencial pelo recurso à regressão logística multinomial, no sentido de medir o possível efeito preditor de variáveis independentes sobre uma variável dependente. As fiabilidades intra e interobservador foram apuradas através do recurso ao índice Kappa de Cohen. Os resultados decorrentes da amostra estudada evidenciaram a prática de um jogo altamente qualificado no Complexo I, configurado por ações de excelente qualidade desde a recepção até a finalização do ataque, o que gerou, conseqüentemente, condições desvantajosas para o bloqueio adversário. Os resultados evidenciaram que a dinâmica funcional do Complexo I é relativamente estável e determinista. Todavia, o nível de interferência do adversário influenciou o poder preditor das dimensões de análise, uma vez que o efeito do ataque foi menos determinado do que o efeito da recepção, em razão da elevada interação entre atacante e oponente. A dinâmica funcional do Complexo I mostrou ser determinada pelo saque e, por sua vez, exerceu poder preditor sobre o bloqueio. As equipes de nível de rendimento competitivo distinto evidenciaram características diferenciadas na dinâmica funcional do Complexo I e nas variáveis adstritas ao Complexo II, evidenciando que a classificação obtida no Campeonato diferenciou a qualidade do jogo praticado.

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