Determinantes Moleculares da Hipertrofia Cardíaca Induzida Por Diferentes Volumes de Treinamento Aeróbio
Por Nara Yumi Hashimoto (Autor), Tiago Fernandes (Autor), Ursula Paula Reno Soci (Autor), Edilamar Menezes de Oliveira (Autor).
Em Revista Brasileira de Cardiologia v. 24, n 3, 2011. Da página 153 a 162
Resumo
Fundamentos: O treinamento físico aeróbio (TF) acarreta adaptações cardiovasculares, dentre as quais se destaca a hipertrofia cardíaca (HC). Marcadores moleculares são apontados na distinção da HC fisiológica da patológica. Objetivo: Investigar a magnitude de HC induzida por diferentes volumes de TF, verificando se estas respostas adaptativas estão associadas a marcadores moleculares de HC patológica. Métodos: Vinte e uma ratas Wistar foram separadas em três grupos: sedentárias-controle (SC), treinadas protocolo 1 (P1), treinadas protocolo 2 (P2). P1: treinamento de natação durante 60min, 1x/dia, 5dias/ semana/10 semanas, com 5% de sobrecarga. P2: o mesmo de P1 até a 8ª semana; na 9ª semana os animais treinaram 2xdia, e na 10ª semana 3xdia. Resultados: O TF promoveu bradicardia de repouso, HC, aumento da tolerância ao esforço e consumo de oxigênio de pico no grupo P1, sendo estas adaptações exacerbadas para P2. A expressão gênica de α-miosina de cadeia pesada (MHC), -MHC, α-MHC, fator natriurético atrial (ANF) e α-actina esquelética não mudou no P1. Em P2 houve melhora neste perfil genético com aumento na expressão gênica da -MHC, redução de β-MHC, aumento da α- MHC e redução da -actina esquelética. O aumento de atividade da proteína quinase-B (Akt) ocorreu de forma dependente ao volume de TF. Conclusões: A magnitude da HC foi dependente do aumento do volume de TF e os mecanismos moleculares por ele ativados são diferentes dos encontrados na HC patológica, conferindo-lhes o caráter de HC fisiológica.