Resumo

Introdução: A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurodegenerativa, inflamatória, crônica e desmielinizante do sistema nervoso central (SNC), e é considerada a causa principal de incapacidades em jovens adultos. As disfunções no caminhar se manifestam já no início da EM e independentemente do nível de incapacidade clínica, a capacidade de caminhar é considerada uma das funções corporais mais importantes. Além das alterações no SNC, o comprometimento de potenciais determinantes motores como da força e potência muscular, do equilíbrio estático e dinâmico e do controle motor da marcha pode contribuir para a piora na capacidade de caminhar de pessoas com EM. Objetivos: O objetivo geral deste trabalho foi quantificar déficits na capacidade de caminhar de pessoas com EM comparado à indivíduos saudáveis sem o diagnóstico da doença e identificar os determinantes motores e a contribuição destes para o desempenho no caminhar de pessoas com EM. Métodos: foram realizados cinco estudos a fim de responder à pergunta de pesquisa: 1) revisão sistemática sobre a contribuição da força de membros inferiores para a capacidade funcional de pessoas com EM; 2) caracterização da capacidade de caminhar, equilíbrio estático e força muscular de mulheres com EM e contribuição da força e equilíbrio para a fadigabilidade relacionada ao caminhar; 3) identificação das disfunções relacionadas à EM como a diminuição da mobilidade, da capacidade de caminhar e de funções cognitivas e comparação entre pessoas fadigáveis e não fadigáveis com EM; 4) caracterização dos déficits na potência e força de membros inferiores e da capacidade de caminhar em pessoas com EM comparadas à indivíduos controle saudáveis e investigação sobre o decréscimo na potência e força muscular induzido pela caminhada intermitente de longa duração; 5) investigação sobre os efeitos de um protocolo intermitente de caminhada de 12 minutos nos parâmetros espaço-temporais da marcha, na fadigabilidade motora relacionada ao caminhar e no estado de fadiga percebido de pessoas com EM comparados à indivíduos controle saudáveis. Considerações finais: Foram encontrados déficits na capacidade de caminhar de pessoas com EM que variaram de 15% a 35% comparados à indivíduos controle. Aproximadamente 35% das pessoas com EM manifestaram fadigabilidade motora relacionada ao caminhar. O comprometimento dos determinantes motores de força e potência dos músculos dos membros inferios, equilíbrio semiestático e alterações nos padrões da marcha, contribuem de forma significativa para a diminuição na capacidade de caminhar de pessoas com EM.

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