Dez Semanas de Suplementação de Antioxidantes Atenua Adaptações no Desempenho Isocinético Induzidas Pelo Treinamento de Força
Por Sávio álex Almeida da Silva (Autor), Maurílio Tiradentes Dutra (Autor), Alyson Silva (Autor), André Martorelli (Autor), Vitor Cleto (Autor), Gisele Silva (Autor), Flávia Santo (Autor), Andrew Fonseca (Autor), Rodrigo Silva (Autor), Martim Bottaro (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: O treinamento de força (TF) é conhecido por promover adaptações que resultam em benefícios para a saúde. Dentre os quais, destaca-se o aumento da força muscular. Argumenta-se que o estresse oxidativo proveniente de uma sessão de TF pode desempenhar um papel positivo nas adaptações crônicas ao treinamento. Dessa forma, alguns estudos investigaram os efeitos crônicos do TF combinado com a suplementação de vitaminas antioxidantes no desempenho muscular. No entanto, seus resultados ainda são controversos. Objetivo: Investigar os efeitos crônicos do TF combinado com a suplementação das vitaminas antioxidantes C e E sobre o desempenho muscular isocinético de jovens universitárias destreinadas. Materiais e Métodos: Trinta e três mulheres destreinadas (22,9 ± 2,5 anos, 57,7 ± 8,4 kg, 1,60 ± 0,6 m) foram alocadas em três grupos: Vitaminas (TFS, n = 12), Placebo (TFP, n = 11) e Controle (CON, n = 10). Os participantes dos grupos TFS e TFP realizaram um programa periodizado de TF durante 10 semanas, duas vezes por semana, com ênfase em exercícios para a musculatura dos membros inferiores. O grupo TFS foi suplementado com vitamina C (1 g / dia) e E (400 UI / dia) durante o período de treinamento. O grupo TFP recebeu cápsulas placebo. O grupo CON não foi suplementado e nem realizou o programa de TF. Todos os grupos foram orientados a manter a dieta habitual durante as dez semanas. Antes e após o periodo de TF, todas as participantes foram submetidas à avaliação do pico de torque (PT), trabalho total (TT) e da fadiga muscular (FM) da musculatura extensora do joelho dominante utilizando-se um dinamômetro isocinético (Biodex System IV). As análises foram realizadas utilizando-se o SPSS (versão 20.0). Resultados: Não houve diferenças entre os grupos no PT e FM após o treinamento. No entanto, apenas o TFP aumentou o PT (146,0 ± 27,6 vs 156,1 ± 31,0N.m, p <0,05) quando comparado ao momento inicial. Além disso, o TFS apresentou maior fadiga muscular após o treinamento (36,8 ± 10,4 vs. 43,2 ± 6,9%, p <0,05). O grupo TFP realizou maior TT quando comparado com os grupos TFS e CON, bem como após o momento inicial (p < 0,05). Além disso, tanto o TFS (1981,6 ± 376,3 vs 2099,9 ± 339,2 J) quanto o TFP (1904,3 ± 346,9 vs 2180,2 ± 432,6 J) apresentaram maior TT após as dez semanas de TF em relação ao pré-treinamento (p <0,05). Conclusões: Os resultados do presente estudo estão em conssonância com estudos anteriores que relataram menores ganhos de força no grupo suplementado em jovens (Paulsen et al., 2014). No entanto, os estudos de Bobeuf et al. (2011) e Bjornsen et al. (2015) não relataram diferenças entre os grupos suplementado e não suplementado. Há evidências de que os radicais livres contribuem para o aumento da FM (Powers & Jackson, 2008). No entanto, ao contrário do que poderia ser hipotetizado, a FM mostrou-se aumentada apenas no grupo TFS após 10 semanas, enquanto o grupo TFP realizou maior TT quando comparado a TFS e CON. Assim, os resultados desta investigação sugerem que a suplementação crônica de vitaminas antioxidantes pode atenuar as melhorias no desempenho muscular isocinético de mulheres jovens previamente destreinadas.