Resumo
Um programa de ensino depende do conhecimento existente e da acessibilidade desse conhecimento aos docentes que irão utilizá-lo para a formação de um profissional em nível universitário. No ensino desenvolvido na habilitação para o Magistério para 1eficientes mentais do curso de Pedagogia, há uma parcela do conhecimento que parece insuficiente para a formação do profissional em Educação Especial. Esse conhecimento refere-se ao que seja o "diagnóstico da deficiência mental" e à atividade profissional a que ele se refere, "diagnosticar a deficiência mental". A própria formação universitária do professor apresenta "problemas" que se somam ao desconheci mento a respeito do que seja o diagnóstico e dos aspectos controvertidos relacionados às maneiras usuais de definir o conceito. Esses problemas na formação e a inadequação do conheci mento sobre o conceito de diagnóstico vão gerar aspectos relacionados à deficiência no desempenho dos aprendizes. Essas deficiências e as controvérsias próprias ao conceito de diagnóstico baseado no modelo médico tem relação com vários "problemas" no ensino de graduação e na formação do professor de deficientes mentais. Para identificar o que é apresentado ao aluno no ensino de graduação foram examinadas as ementas, os objetivos de ensino e as informações existentes na bibliografia adotada nas disciplinas componentes da habilitação para o Magistério de Deficientes Mentais. O exame do ensino da graduação, para identificar o que é ensinado a respeito do conceito de "diagnóstico da deficiência mental" permitiu constatar que além de um conhecimento insuficiente para a formação este é também inadequado, ineficaz e não atende às necessidades de trabalho do professor de deficientes mentais. Os dados permitem concluir que há necessidade de produzir esse conhecimento a respeito do que é ou no que se constitui o comportamento de "diagnosticar a deficiência mental".