Resumo

Inicialmente pensados para conter os avanços demográficos e preservar fundos de vale, matas ciliares e importantes nascentes de rios, os parques acabaram se tornando a “praia” dos curitibanos e atualmente se apresentam como significativos espaços de lazer e esporte. Este estudo teve por objetivo investigar acerca da oferta – entendida como aquilo que a Prefeitura disponibiliza – e sua relação com a demanda – aquilo que os sujeitos, organizados em associações de moradores, anseiam – nos parques da cidade de Curitiba. A pesquisa possui um cunho qualitativo e adotou-se como processo metodológico a etnografia. Procuramos também basear-nos na análise cultural proposta por Geertz (1989), onde a partir de uma antropologia interpretativa, tem-se o método da descrição densa do cotidiano como ponto de partida. A partir disso, a mesma pôde ser dividida em duas fases: A primeira sendo a revisão de literatura e o mapeamento e observação dos parques, os quais contam com associação de moradores e a segunda fase composta pelas entrevistas com os presidentes das referidas associações de moradores e os administradores públicos das Regionais responsáveis por tais espaços. Para conseguir ter elementos comparativos e bases para analisar e discutir as entrevistas com os sujeitos envolvidos, foram elencadas algumas categorias, as quais surgiram a partir da convergência dos dados obtidos, a saber: origem das associações; departamentos; conquistas; estratégias; demandas; gestão do espaço e dificuldades. Nesse sentido, a investigação do binômio oferta/demanda no que concerne aos parques, poderá trazer significativas contribuições à comunidade, principalmente aos moradores do entorno e usuários dos espaços em questão, fornecendo subsídios tanto teóricos quanto empíricos, com vistas a uma nova prática social, pautada na participação e co-gestão do espaço. As considerações finais do nosso trabalho repousam na idéia de que moradores do entorno desses espaços – uma vez organizados em associações – podem vir a se caracterizar, além de um importante elo para minimizar as usuais distâncias entre o poder público e a população, no que tange aos seus anseios e vivências, como potenciais geradores de capital social e, a partir de um senso de responsabilidade coletiva, (re)criar uma CIDADE diferenciada, transformando espaços em lugares e produtos em obras. 

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