Resumo

Tendo em vista o conhecimento e a produção de subjetividades no espaço escolar, o texto assume o desafio de intensificar a aproximação entre o pensamento decolonial e as discussões já arroladas no chamado currículo cultural de Educação Física proposto por Neira e Nunes (2008; 2009). No horizonte de luta por uma sociedade pensada nos termos do pensamento decolonial, ao olharmos o campo da Educação Física, percebemos o chamado currículo cultural (NEIRA; NUNES, 2008; 2009) como grande aliado deste projeto. Acredita-se na possibilidade de existir um estreitamento entre ambos, uma vez que possuem questionamentos contundentes sobre a Modernidade. A perspectiva cultural de Educação Física tensiona o sujeito universal, racional, único, bem como os valores de desenvolvimento, razão, progresso, incutidos pela Modernidade por meio do pensamento eurocêntrico. Entretanto, são ponderações feitas a partir de uma literatura composta pelo eixo euro-norteamericano, as chamadas teorias pós-críticas. Dialogando com Silva (2015) e Lopes e Macedo (2011) o advento das teorias póscríticas se coaduna aos movimentos que questionaram os desígnios políticos e econômicos daModernidade. Suas discussões contribuem para ampliação das análises apresentadas pelas teorias críticas quando contesta, a partir da divisão de classe, as intenções do projeto moderno e os processos incutidos nas relações sociais. Nas palavras de Neira (2019) as teorias pós-críticas são vistas como campos de inspiração. Assim, percebeu-se a necessidade de ampliar suas redes, de tecer novos encontros, produzir outros nós. Vale destacar que tecer diálogos com o pensamento decolonial não é querer constituir substituições, escantear o debate já realizado a partir das teorias pós-críticas, muito pelo contrário, deseja-se atuar na perspectiva da coexistência, pois ambos têm muitas coisas em comum, aproximações.

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